Mourão chama ditadura de “revolução democrática”, após ironizar áudios
Questionado sobre áudios que atestam prática de tortura no período militar, vice-presidente disse que os envolvidos "já estão todos mortos"
Foto: Alan Santos/ PR
O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) relembrou o período da ditadura militar como uma “revolução democrática”, um dia após dizer que investigações sobre tortura durante a ditadura militar não são necessárias, porque os envolvidos “já estão todos mortos”. Mourão, que também é general da reserva do Exército Brasileiro, frequentemente exalta o regime que matou, torturou e sumiu com cerca de 500 pessoas.
Quando questionado por jornalistas sobre áudios revelados pela colunista Miriam Leitão, na segunda-feira (18/4), nos quais ministros do Superior Tribunal Militar (STM) debocham da prática de tortura na ditadura militar, Mourão riu e disse que o caso não precisaria de investigação, pois os atores já haviam morrido.
Na ocasião, Mourão ainda defendeu que, ao relembrar o episódio que matou e sumiu com ao menos 500 pessoas entre 1964 e 1988, deve-se ouvir os “dois lados”. A reportagem da jornalista, que foi uma das vítimas de tortura pela ditadura de 1964, traz 10 mil horas de gravações feitas durante os 10 anos em que as sessões do STM foram registradas, inclusive as secretas. As audiências ocorreram entre 1975 e 1985.