Mourão é denunciado à Corte Interamericana após ironizar áudios sobre tortura
A ação foi movida pela bancada da oposição na Câmara dos Deputados
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, foi denunciado junto à Corte Interamericana de Direitos Humanos, em uma ação movida pela bancada do Psol na Câmara dos Deputados após ironizar denúncias de tortura durante a ditadura militar, que ocorreu no período de 1964 a 1985.
A sigla solicita que as declarações de Mourão sejam incluídas em ação que acusa o governo Bolsonaro de não cumprir sentença que condenou o país por violações de direitos no caso da Guerrilha do Araguaia.
Em entrevista com jornalistas realizada na segunda-feira (18), o vice-presidente foi questionado sobre o teor das gravações expostas e afirmou que não havia o que apurar sobre as violações ocorridas durante a ditadura militar. “Apurar o quê? Os caras já morreram tudo, pô. Vai trazer os caras do túmulo de volta lá?”, afirmou em tom cômico.
O conteúdo das gravações, fruto do trabalho do professor de história do Brasil Carlos Fico, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), foi divulgado pela jornalista Míriam Leitão, do jornal O Globo, e confirmado pela Folha.
Áudios de sessões do Superior Tribunal Militar (STM) revelaram conversas de ministros sobre casos como o de uma mulher que sofreu um aborto depois de torturas no DOI-Codi, criticam a atuação de “policiais sádicos” e também duvidam da veracidade de alguns depoimentos.