Mourão pede investigação após morte de detento dos atos de 8 de Janeiro: 'materializa o absurdo'
Homem morreu nesta segunda-feira no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal
Foto: Romério Cunha/VPR
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) expressou preocupação com a morte de Cleriston Pereira da Cunha, um dos réus detidos pelos atos de 8 de janeiro, afirmando que "materializa o absurdo da ausência do devido processo legal e da burocracia que vem cerceando direitos dos presos pelos atos de 8 de janeiro". Cunha, de 46 anos, faleceu nesta segunda-feira (20), no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.
Mourão, em seu perfil no X, antigo Twitter, destacou a contradição de Cleriston permanecer detido, mesmo após um parecer favorável da Justiça para sua soltura em setembro. O senador demandou uma investigação minuciosa para esclarecer o "fato gravíssimo".
De acordo com a Vara de Execuções Penais (VEP), Cunha teve um "mal súbito durante o banho de sol" na manhã de segunda-feira. Apesar da intervenção do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), não foi possível reanimá-lo. O detento sofria de diabetes e hipertensão, utilizando medicação controlada, com histórico de seis atendimentos médicos entre janeiro e maio, além de ter sido encaminhado para o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) em maio.
Detido dentro do Senado em janeiro, Cunha se tornou réu em abril, acusado de cinco crimes pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Em setembro, a PGR concordou com sua libertação, considerando o término da fase de instrução. O Supremo Tribunal Federal (STF) optou por julgar os réus dos atos de 8 de janeiro em plenário virtual, gerando críticas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre a possível supressão do direito constitucional à ampla defesa. A OAB manifestou preocupação, destacando que a negação de sustentações orais representaria violação da lei processual e da Constituição.