Mourão questiona delação de Cid e descreve invasão de 8 de janeiro como ato de ‘baderneiros’
Para senador, Forças Armadas não tem nenhuma ligação com o atentado
Foto: Agência Brasil/Valter Campanato
Em entrevista ao jornal O Globo, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) questionou a veracidade da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), à Polícia Federal.
Quando perguntado sobre a afirmação de Cid de que o ex-comandante da Marinha Almir Garnier teria concordado com um plano de golpe, Mourão respondeu: “Primeiro, eu estava fora do Exército. Segundo, o comandante das Forças Armadas era Jair Bolsonaro. Esse posto não tem subcomandante. Eu aprendi com meu pai, quando fui para a reserva, que não tenho de dar pitaco no que os caras da ativa estão fazendo”.
Mourão também declarou que não vê as Forças Armadas como responsáveis pela invasão aos prédios dos três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro. Segundo ele, as Forças Armadas agem dentro da legalidade e não foram um fator de instabilidade. “O que ocorreu foi o seguinte: um grupo de baderneiros achou que, fazendo uma baderna naquele domingo algo iria mudar no Brasil. Muito pelo contrário, não mudou nada”, afirmou o senador.
Sobre a relação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com as Forças Armadas, o ex-vice-presidente mencionou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, "fala demais" e é um "complicador" da harmonia entre os lados.
“As Forças Armadas são um conjunto muito grande. Não é a ação isolada de um ou outro elemento que pode caracterizar uma ação da caserna. Vejo o ministro Múcio Monteiro [da Defesa] trabalhando bem nesse sentido, mas temos um complicador, que é Dino. Ele fala demais”, disse.