MP divulga suposta conversa de ex-assessora de Flávio Bolsonaro em esquema na Alerj
O diálogo ajudou a embasar a operação Intocáveis, que investigou a atuação de milicianos na Zona Oeste do Rio
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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O Ministério Público divulgou mensagens da ex-assessora de Flávio Bolsonaro, Danielle Mendonça, que também é ex-mulher de Adriano Nóbrega acusado de pertencer ao grupo de extermínio Escritório do Crime, um esquema na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O diálogo ajudou a embasar a operação Intocáveis, que investigou a atuação de milicianos na Zona Oeste do Rio que ocorreu nesta quarta-feira (18).
Segundo o MP, o primeiro indício de que Daniele não aparecia nos gabinetes seria uma mensagem enviada de Fabrício Queiroz em que aparece o contracheque dela, para que fizesse seu imposto de renda.
Em outra conversa em janeiro deste ano, ela diz a uma amiga que há muito tempo vinha “incomodada com a origem desse dinheiro”. Já em outro diálogo com uma pessoa identificada como "paty", ela confirmou a ilicitude dos pagamentos que recebia.
As mensagens mostraram ainda conversas falando sobre a intenção de continuar com o esquema ilícito em 2019. No entanto, após uma publicação da reportagem sobre as movimentações atípicas detectadas pelo Coaf, Danielle foi exonerada, em janeiro. Em continuação, Queiroz adverte a ex-assessora. “Tá havendo problemas. Cuidado com que vai falar no celular”.
Ainda de acordo com o MP, algumas mensagens foram apagadas, porém é possível ter a compreensão do assunto. Queiroz pergunta se a ex-assessora foi chamada a depor pelo Ministério Público e a orienta a faltar o depoimento.
“Chamaram sim”, escreve Daniella, que logo em seguida responde a outra pergunta apagada por Queiroz: “Um policial veio aqui na quinta-feira passada. Amanhã será o dia do depoimento”. Queiroz, então, manda mais algumas mensagens que foram apagadas. A ex-assessora, por fim, responde, dando a entender que falou com advogados. “Eu já fui orientada. Ontem eu fui encontrar os amigos”.
Flávio Bolsonaro
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) investiga a compra de dois apartamentos pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro e sua mulher Fernanda, em 2012, por suspeitas de lavagem de dinheiro associada a um esquema de desvio de recursos na Alerj.