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MP-SP instaura inquérito contra Tinder por compartilhamento de dados de sequestradores

Aplicativo de relacionamento é utilizado por quadrilhas no "golpe do amor"; plataforma é cobrada por cooperação com a Polícia Civil

Por Da Redação
Ás

MP-SP instaura inquérito contra Tinder por compartilhamento de dados de sequestradores

Foto: Reprodução

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) deu início a um inquérito civil contra o aplicativo de relacionamento Tinder, com o objetivo de obrigar a plataforma a compartilhar dados de sequestradores com a Polícia Civil. Conhecido como o "golpe do amor", a prática criminosa tem se tornado cada vez mais comum, utilizando perfis falsos criados na plataforma para enganar as vítimas. 

A investigação está sendo conduzida pelo Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), com auxílio da Divisão de Antissequestro do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DAS). O inquérito foi instaurado em maio, mas até o momento o MP-SP não se pronunciou oficialmente sobre o caso, alegando que as investigações estão sob sigilo e aguardando algumas diligências.

O delegado Eduardo Bernardo Pereira, titular da 1ª DAS, destacou que, analisando casos dos últimos dois anos, o Tinder é o aplicativo mais utilizado pelas quadrilhas, sendo o mais conhecido entre os usuários. A facilidade de criar perfis falsos com fotos de mulheres retiradas da internet é apontada como uma das fragilidades da plataforma, o que permite que criminosos enganem suas vítimas com maior facilidade.

Na última terça-feira (27), mais um caso de sequestro envolvendo o "golpe do amor" foi registrado, no qual um médico foi mantido refém por cerca de 30 horas após marcar um encontro através do Tinder. Esse tipo de crime tem crescido de forma alarmante em São Paulo, e desde o início dessa modalidade de sequestro, em 2021, mais de 500 pessoas foram presas no estado, sendo 80 somente neste ano.

O diálogo entre as autoridades e o Tinder, assim como outros aplicativos de relacionamento, tem sido difícil, uma vez que a empresa não compartilha as informações sobre as contas criadas pelos sequestradores. O delegado Pereira destaca que essas informações seriam essenciais para desmantelar as quadrilhas e auxiliar as investigações.

A Divisão Antissequestro informou que, no início deste ano, 9 em cada 10 sequestros em São Paulo foram praticados através de aplicativos de relacionamento, e todas as vítimas eram homens. Embora haja uma percepção de que esse tipo de crime esteja diminuindo nos últimos dois meses, ainda não há um novo levantamento sobre a quantidade de sequestros na cidade.

O Tinder, por sua vez, respondeu à situação, afirmando que coopera com as autoridades dos mercados em que atua, fornecendo informações para auxiliar em investigações. A empresa informou que está no processo de lançar um portal exclusivo para as autoridades, visando aperfeiçoar os processos de cooperação no Brasil e em outros países.

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