MPF acusa perito e empresários de criar "braço" em esquema de Cabral
A denúncia é resultado de investigações no âmbito da Operação Ponto Final
Foto: Agência Brasil
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta segunda-feira (23), três empresários do setor de ônibus, entre eles Jacob Barata Filho, conhecido como "rei dos ônibus" e o perito judicial Charles Fonseca William, por corrupção e de formarem um "braço" na organização criminosa liderada pelo ex-governador Sérgio Cabral (MDB).
O MPF acredita que, entre maio de 2012 e maio de 2015, os três empresários fizeram 22 pagamentos para o perito judicial Charles Fonseca William, para que ele praticasse atos em benefício de suas empresas em diferentes processos, que tramitavam no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Os repasses somariam ao menos R$ 4,9 milhões.
"Logrou-se identificar mais um braço da grande da organização criminosa instalada no estado do Rio de Janeiro, sob chefia do ex-governador Sérgio Cabral, com corruptos e corruptores engajados no esquema ganha-ganha, em detrimento do interesse e do patrimônio públicos e da moralidade administrativa", diz a denúncia.
Caberá à 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro decidir se recebe ou não a denúncia, transformando os acusados em réus. O MPF também acionou a Corregedoria Geral do TJRJ, para que sejam avaliadas as medidas cabíveis levando em conta a atuação de Charles Fonseca William no tribunal.
