Ministro Gilmar Mendes diz que denúncia do MPF contra Greenwald contraria sua decisão

A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o jornalista Glenn Greenwald, segundo o ministro Gilmar Mendes desrespeita a sua decisão em agosto do ano passado.

Segundo a coluna Painel da Folha de São Paulo, o despacho do ministro determina apenas como as autoridades públicas e seus órgãos de apuração se abstivem de "praticar atos que visam a responsabilização do jornalista Glenn Greenwald na recepção, exibir ou transmitir informações de informações em veículos de mídia, antes de proteger o sigilo constitucional" fonte jornalística ”.

Sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) em Brasília sob acusação de envolvimento no hackeamento de mensagens de autoridades da Lava Jato. Dentre os denunciados está o jornalista Glenn Greenwald , fundador do site The Intercept Brasil, que recebeu e publicou diálogos da operação.

O jornalista não foi investigado nem indiciado pela Polícia Federal em respeito a uma decisão cautelar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mas segundo o procurador Wellington Oliveira um áudio encontrado em um computador apreendido demonstra que Glenn orientou o grupo de hackers a apagar mensagens.

Para Oliveira a situação " caracterizou clara conduta de participação auxiliar no delito, buscando subverter a ideia de proteção a fonte jornalística em uma imunidade para orientação de criminosos"

Glenn foi denunciado pelo procurador Wellington Oliveira pelos crimes de associação criminosa e interceptação telefônica ilegal. A denúncia do MP será avaliada pela Justiça, que definirá se a aceita ou não.

Em nota, o jornalista disse que a denúncia " é uma tentativa óbvia de atacar a imprensa livre em retaliação pelas revelações que relatamos sobre o ministro Moro e o Governo Bolsonaro".