Política

MPF pede que denúncia contra Lula, Dilma e Mercadante seja arquivada

Denúncia foi feita com base na delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, em 2017

Por Da Redação
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MPF pede que denúncia contra Lula, Dilma e Mercadante seja arquivada

Foto: Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) pediu, nesta segunda-feira (11), que seja feita a prescrição de uma denúncia contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff por obstrução de Justiça. A denúncia foi feita pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como parte de um acordo de delação premiada com o ex-senador Delcídio do Amaral, em 2017.

Ainda, o MPF também pediu o arquivamento da investigação em relação ao ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante.

Na delação, Delcídio afirmou que o governo ofereceu apoio político, jurídico e financeiro para que não relatasse. O caso chegou a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF), mas o relator e ministro, Edson Fachin, o remeteu à primeira instância, devido a ausência de prerrogativa privilegiada dos acusados.

No despacho assinado pelo procurador Marcus Goulart, encaminhado à 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, apontam que o Código Penal prevê que os prazos de prescrição devem ser reduzidos à metade para maiores de 70 anos, como no caso dos ex-presidentes Lula, que tem 76 anos, e Dilma com 74 anos.

“Transcorridos mais de seis anos desde a data dos fatos, a favor desses operou-se a prescrição da pretensão punitiva estatal”, afirma trecho do documento.

Sobre Mercadante, o procurador diz que ele “ofereceu suporte jurídico e político a Delcídio para tentar reverter sua prisão, bem como ajuda financeira à família desse, mas não é possível inferir de forma objetiva que a contrapartida à tal assistência seria evitar a celebração do acordo”.

“Por fim, cabe destacar que o crime em questão somente se configura dentro do contexto de uma organização criminosa. Ocorre que acusação referente à suposta organização criminosa atuante no PT foi objeto de absolvição sumária. Assim, faltam elementos mínimos a justificar a abertura de um processo penal”, explicou Goulart.

Em nota, a defesa de Lula afirmou que “a situação confirma que Lula foi vítima de lawfare, que consiste no uso estratégico das leis para a obtenção de fins ilegítimos, neste caso para interferir no cenário político do país”.

Confira a publicação na íntegra:

“É muito significativo ver mais uma investigação indevidamente aberta contra o ex-presidente Lula ter pedido de arquivamento do próprio Ministério Público Federal, diante da inexistência de qualquer elemento que pudesse configurar a prática de ato ilícito.

Trata-se de caso emblemático, uma vez que, após uma denúncia descabida apresentada pelo ex-procurador-geral da República ao STF, o caso foi remetido à primeira instância e após quase seis anos de investigação o MPF não identificou qualquer elemento que pudesse justificar uma acusação.

Até porque, como anotou o MPF, a hipótese acusatória formulada partia da premissa da existência de uma organização criminosa, acusação falsa arquitetada indevidamente pela ‘Lava Jato’ e que foi definitivamente afastada pela Justiça, por meio da sentença transitada em julgado que absolveu Lula e outras pessoas no processo que ficou conhecido como ‘quadrilhão’.

A situação confirma que Lula foi vítima de lawfare, que consiste no uso estratégico das leis para a obtenção de fins ilegítimos, neste caso para interferir no cenário político do país”.

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