MPF recomenda que a Funai retome demarcação da Terra Indígena Sambaqui
delimitação da terra indígena é essencial para a sobrevivência do grupo Guarani Mbyá
Foto: Mário Vilela/Funai
O Ministério Público Federal (MPF) recomendou nesta quinta-feira (2), que à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) retome o procedimento de demarcação da Terra Indígena Sambaqui, ocupação tradicional do povo indígena Guarani Mbyá, localizada no município de Pontal do Paraná (PR).
De acordo com a Funai, o povo Guarani contemporâneo compõe um universo populacional de cerca de 200 mil pessoas, com pouco mais de 74 mil em território brasileiro, constituindo o grupo indígena mais numeroso do país.
A ocupação acontece de forma articulada entre diferentes grupos locais e redes de relações sociais, políticas e econômicas, que formam numerosas aldeias (tekoa) situadas ao longo de seu extenso território étnico.
A par disso, o predomínio dos Guarani Mbyá no litoral do Paraná, a partir da década de 1960, é atribuído às migrações para leste, desencadeadas a partir do início do século XX. As áreas de Mata Atlântica ocupadas pelos Mbya são indispensáveis para a manutenção do seu modo de vida e para a conservação da configuração do seu território.
Os espaços litorâneos são reconhecidos como lugares eleitos, sendo que neles se encontram as criações de Nhanderu, divindade primeira, acidentes geográficos e ruínas que representam marcas indestrutíveis da ocupação pretérita pelos antepassados.
O passado histórico da região e a farta documentação disponível comprovam a presença indígena e o movimento dos Mbya em busca de antigos territórios na costa litorânea já nos anos 1940.