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MPF repudia fala de presidente da Doc Motors Brasil sobre deficientes

Sergio Habib usou termos capacitistas e criticou direito desse público a descontos na compra de veículos

Por Da Redação
Ás

MPF repudia fala de presidente da Doc Motors Brasil sobre deficientes

Foto: Reprodução/ Youtube

O Ministério Público Federal (MPF) e outras 27 instituições que integram o Fórum Paulista para Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência divulgaram uma nota de repúdio às declarações do presidente da Jac Motors do Brasil sobre pessoas com deficiência. 

Durante o episódio do PrimoCast, em maio, Sérgio Habib alegou que um dos motivos para os elevados preços de automóveis no país seriam os descontos concedidos a pessoas com deficiência.  O executivo ainda utilizou termos capacitistas para se referir a essa parcela da população.

O Fórum ressaltou que as isenções tributárias a pessoas com deficiência não constituem um privilégio, mas um direito conquistado para fazer frente às negligências do Estado em promover a acessibilidade e a inclusão desse público. 

Com a sugestão de Habib para que o governo acabasse com os descontos como forma de baratear os carros no Brasil, as instituições ressaltam que medidas podem ser adotadas para a melhoria da legislação e a fiscalização do cumprimento das regras sobre esses benefícios, mas nunca a punição das pessoas que realmente precisam desses abatimentos.

“O mencionado entrevistado teceu comentários repugnantes. Além de discriminatórios, os dizeres violam a condição de humanidade das pessoas que têm algum tipo de deficiência física”, reforça o documento, que também condena as expressões capacitistas citadas pelo presidente da Jac Motors do Brasil.

“O uso do termo ‘deficientes’ pelo entrevistado revela uma insensibilidade, ignorância e blasfêmia. Mais do que uma questão terminológica, trata-se de forma desinformada, e que precisa ser rechaçada, de se referir a uma parcela significativa da nossa população,” acrescenta. 

Além de publicar o manifesto de repúdio às declarações de Sergio Habib, o Fórum encaminhou representações sobre o caso ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) e à Comissão de Defesa das Pessoas com Deficiência da Assembleia Legislativa paulista. O objetivo é que as duas instituições analisem o teor das manifestações do empresário e adotem as medidas cabíveis.

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