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Mudanças climáticas devem deixar desastres naturais até 10 vezes mais caros, diz relatório da ONU

No Brasil, o desmatamento da Amazônia pode fazer país perder até US$ 180 bilhões

Por Da Redação
Ás

Mudanças climáticas devem deixar desastres naturais até 10 vezes mais caros, diz relatório da ONU

Foto: Unicef/Nyan Zay Hte

Quem nasceu em 1990 tem 63% de chance de vivenciar uma inundação catastrófica durante a vida. Mas se o ano de nascimento for 2025, essa probabilidade sobe para 86%. Os dados são de um novo relatório do Escritório da ONU para Redução do Risco de Desastres, Undrr, que mostra que em um mundo de catástrofes naturais mais frequentes e severas, os estragos custam mais.

A conta total dos eventos climáticos extremos excede US$ 2,3 trilhões, por ano, um impacto econômico 10 vezes maior do que as estimativas anteriores. O relatório divulgado nessa terça-feira (27) mostra como terremotos, deslizamentos de terra e inundações, entre outros desastres, têm efeitos de longo prazo sobre a saúde, moradia, educação e emprego e, consequentemente, maior impacto financeiro.

A chefe de análise de risco global da agência, Jenty Kirsch-Wood, afirmou que nessas condições a resposta humanitária se torna “insustentável”. Ela defendeu “investimentos mais inteligentes” que criem resiliência a desastres futuros e aliviem a pressão sobre as finanças públicas.

O objetivo é evitar três “espirais” que podem causar um colapso sistêmico: O endividamento somado à perda de receita, o surgimento de áreas consideradas muito arriscadas para serem cobertas por seguradoras, e um cenário de necessidades humanitárias recorrentes.

Kirsch-Wood enfatizou que “a maior parte dos danos causados ​​por eventos climáticos pode ser evitada”, se os sistemas de financiamento forem mais bem alinhados.

Prejuízos com desmatamento da Amazônia no Brasil

O relatório cita que, no Brasil, a perda de produtividade e receitas associadas à Amazônia Meridional poderiam custar US$ 5,6 bilhões para o setor da soja e US$ 180,8 bilhões para o setor de carne bovina até 2050, em um cenário de governança ambiental mais fraca, que abandone o controle do desmatamento.

O prejuízo supera em quase 10 vezes os custos de conservação, estimados em US$ 19,5 bilhões, em um cenário de governança ambiental forte. O Undrr afirma ainda que o desmatamento adicional da floresta amazônica poderia levar a uma mudança e transformar o ecossistema em savana.

Atualmente, a maior parte do financiamento de desastres concentra-se na resposta e recuperação pós-evento, em vez da prevenção.

Estudos mostram que US$ 1 gasto na redução de riscos de desastres gera um retorno médio de US$ 15 em termos de custos futuros evitados.

O Undrr afirma que ferramentas comprovadas, como infraestrutura de proteção contra enchentes e sistemas de alerta precoce, podem ajudar as nações mais afetadas a conter os custos crescentes de desastres relacionados ao clima.

A agência enfatizou que o setor privado também deve intervir para preencher a lacuna de proteção que deixa muitos países numa espiral de “desastres repetidos e cada vez piores”.

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