“Muitas das nossas assistidas são mulheres que o Estado não conseguiu acolher”, diz Cristiane Carvalho, da ONG Ampara Mulher
Responsável pelo primeiro atendimento na entidade fala sobre as falhas do poder público no acolhimento inicial às vítimas
No podcast No Farol, a apresentadora Alessandra Bastos conversou com Cristiane Carvalho, responsável pelo primeiro contato com as mulheres atendidas pela ONG Ampara Mulher — uma organização que acolhe mulheres vítimas de violência doméstica. Na entrevista, Cristiane revelou as principais dificuldades enfrentadas pelas vítimas no acesso ao atendimento público e o papel fundamental da ONG na vida dessas mulheres.
“Muitas das nossas assistidas são as mulheres que o Estado não conseguiu atender nem acolher. Então a ONG vem nessa ausência do poder público em defender e proporcionar a garantia de direitos humanos de uma mulher, geralmente negligenciados no primeiro momento, que é o momento da delegacia do registro”, explicou.
Cristiane ainda destacou que o despreparo ou a insensibilidade no primeiro atendimento faz com que muitas vítimas desistam de registrar as agressões. “Muitas vezes elas são invalidadas e desistem de efetuar o registro e, consequentemente, de impedir que passem por novas agressões — até que chegue ao feminicídio.”
Segundo ela, após esse primeiro acolhimento, a ONG encaminha as mulheres para acompanhamento psicológico e jurídico, ou ambos, dependendo da necessidade. “Encaminhamos essas vítimas para um atendimento psicológico ou jurídico e, muitas vezes, a maior parte para os dois”, completou.
O episódio está disponível no canal do podcast No Farol.
Assista ao vídeo:
