'Muitos desses casos são reação do crime organizado' ao trabalho da polícia, diz Jerônimo Rodrigues sobre mortes na Bahia

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), afirmou, nesta sexta-feira (18), que a maior parte das mortes registradas no estado são reação do crime organizado ao trabalho das polícias. A declaração foi feita durante evento de entrega de viaturas que contou com a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

"O que estamos tendo na Bahia, o que está acontecendo de mortes, muitos desses casos são reação do crime organizado ao que estamos fazendo, é consequência", declarou.

A Bahia enfrenta uma crescente de casos de violência. Somente na quarta-feira (16), foram registradas 15 mortes em 24 horas em Salvador e na região metropolitana, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado. Ainda na capital baiana, o serviço de ônibus foi suspenso em seis bairros entre segunda (14) e quinta-feira (17), após operações policiais, mortes de jovens e protestos dos moradores.

Na semana anterior, dois irmãos, de 15 e 21 anos, percussionistas do bloco afro Malê Debalê, foram mortos em um ataque a tiros no Emissário de Arembepe, destino turístico de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. Testemunhas afirmam que as vítimas tiraram uma foto fazendo sinais com as mãos, que podem ter sido confundidos com gestos de facções.

Durante o discurso, Jerônimo elogiou os trabalhos das polícias civil, militar e federal, e disse que as críticas feitas pela oposição ao trabalho de segurança pública na Bahia estimulam o crime organizado.

"Eles [oposição] estão estimulando o crime organizado, fica parecendo que batem palmas para isso, nós não vamos permitir o crime organizado nem uma oposição irresponsável, nem na Bahia, nem no Brasil. Nós estamos fazendo o nosso papel [...] Se tiver de bater, bata no governador, não nas polícias. Eu espero que quem esteja fazendo isso, faça uma retratação na imprensa para reconhecer o discurso e o trabalho diário da polícia militar e civil e da federal". 

Morte de jovem no IAPI

Na terça-feira (15), o jovem Alex Silton de Oliveira, de 18 anos, foi morto a tiros durante uma ação da Polícia Militar, no bairro do IAPI, em Salvador. A corporação afirma que o jovem foi morto durante confronto. A família contesta a versão e diz que Alex foi executado. 

No dia seguinte, Jerônimo afirmou que a ordem que passa para as polícias é "trazer" os suspeitos vivos e que vai acompanhar o caso de perto. "Mesmo as pessoas inocentes ou quem tem alguma coisa de ter sido perseguido, em alguma busca ou alguma operação, a ordem minha é trazê-los vivos, para que possam aqueles que tenham alguma culpa poder responder e também ajudar a gente encontrar o rastro daquela motivação".

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