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Mulher detida por stalkear médico ligou cerca de 500 vezes e chegou a enviar 1,3 mil mensagens em um dia

Kawara Welch também fazia ligações insistentes para a mulher do profissional e para o filho dele

Por Da Redação
Ás

Mulher detida por stalkear médico ligou cerca de 500 vezes e chegou a enviar 1,3 mil mensagens em um dia

Foto: Reprodução/TV Globo

Uma mulher foi detida o início do mês por "stalking" contra um médico, no estado de Minas Gerais. A suspeita da prática, considerada crime desde 2021, foi identificada como Kawara Welch. Ela se descreve nas redes sociais como artista plástica e começou a ter uma obsessão pelo médico, na expectativa de ter um relacionamento amoroso com ele. 

O médico, que preferiu não ser identificado, acusa Kawara de persegui-lo dede 2019, um ano após tê-la conhecido. Depois de dois atendimentos, Kawara procurou a clínica onde o médico também trabalha. Foi quando o processo de stalking começou.

“Ela teve acesso ao meu celular e começou a passar mensagens e fotos perturbadoras mesmo, amarrando lençol, corda no pescoço, se despedia de mim. Eu entrei em pânico", conta ele.

Segundo o médico, Kawara passou a mandar mensagens em tom de ameaça. Ele, então, decidiu parar de atendê-la na clínica, mas Kawara insistiu. E quando ela ia ao hospital particular durante os plantões dele, o médico pedia à direção que outro profissional a atende. Ele passou a evitar contato com ela, mas não imaginava que a situação iria se agravar.

"Ela chegou a me passar 1.300 mensagens em um dia. E mais de 500 ligações num único dia. Eu troquei de número de celular umas três ou quatro vezes, mas parei de trocar porque vi que era totalmente inútil. Ela tinha uma facilidade incrível em achar meu número novo", afirma o médico.

A suspeita também fez ligações insistentes para a mulher do profissional e para o filho dele. Além dos telefonemas e das mensagens, as apurações da polícia encontraram montagens feitas por Kawara em redes sociais para dar a impressão de que os tinham um caso.

O médico também diz que ela começou a persegui-lo nas ruas, no momento em que ele chegava ao trabalho e a um congresso de medicina. Ele conta que em 2022, Kawara invadiu o consultório onde uma paciente era atendida, e houve troca de agressões com a mulher dele. Um ano depois, mais um ataque no mesmo local, com xingamentos e até acusações de roubo.

"Tinha momentos de horrores, que eu entrava em pânico, porque ou ela aparecia ou ela fazia alguma coisa inesperada".

A polícia deteve Kawara em flagrante, mas ela ficou apenas uma semana presa. Pagou fiança de R$3,5 mil e passou a responder ao processo em liberdade. Em março de 2023, a Justiça decretou a prisão preventiva dela por voltar a descumprir as medidas cautelares. Kawara ficou mais de um ano foragida até ser encontrada e presa na semana passada, numa faculdade em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde estudava nutrição.

O advogado de Kawara afirma que houve um envolvimento entre ela e o médico. Ele nega que tenha mantido qualquer relacionamento com ela.

“Nós acreditamos não houve esse relacionamento. E, mesmo se houvesse, não justifica de forma alguma esse tipo de ação, esse tipo de conduta da Kawara”, afirma o delegado Rafael Faria.

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