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Mulheres negras estão 'à deriva', afirma diretora de ONG sobre insegurança alimentar

Segundo o levantamento, 6 a cada 10 lares chefiados por pretos ou pardos não têm acesso a recursos e alimentos nutritivos

Por Da Redação
Ás

Mulheres negras estão 'à deriva', afirma diretora de ONG sobre insegurança alimentar

Foto: Reprodução/Agência Brasil

A diretora do Quilombo Casa Akotirene, Joice Marques, afirmou em entrevista ao g1,  divulgada nesta segunda-feira (25), que as mulheres negras foram as que mais sofreram com a chegada da pandemia de covid-19. Segundo ela, com a crise sanitária, houve uma diferença no tipo de público que passou a procurar sua organização, localizada no bairro Ceilândia Norte, no Distrito Federal.

Inaugurada em 2018, a casa começou os trabalhos com foco em atividades culturais voltadas para a comunidade – que é majoritariamente negra. Depois, os moradores da região passaram a buscar ajuda para acessar alimentos e itens de higiene pessoal.

A diretora destaca grande parte das famílias atendidas são chefiadas por mulheres negras que são mães solo. “São realidades bem duras. São mães de quatro, cinco crianças, algumas delas são crianças especiais, mas falta creche, atenção à saúde, educação, emprego e renda. A gente tem buscado potencializar a oferta de cursos, atividades de formação e capacitação para romper essa estrutura”, explica.

Para Joice, as mulheres negras "hoje se encontram nesse lugar muito à deriva, nessa corda bamba". Elas também foram as mais afetadas pela recessão gerada pela pandemia e sofrem sem vínculos formais de trabalho.

De acordo com o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II Vigisan), a cada 10 lares chefiados por mulheres ou por pessoas negras de ambos os gêneros, 6 apresentam algum nível de insegurança alimentar. Já as chefiadas por homens, independentemente de raça, o índice é de 53,6%; entre lares chefiados por pessoas brancas, é de 46,8%.

O levantamento, capitaneado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN), foi realizado nos 26 estados e no DF, em áreas urbanas e rurais. Foram entrevistados 35.022 pessoas em 12.745 domicílios, entre novembro de 2021 e abril de 2022.

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