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Mulheres passam a assumir comando de forças militares em estados pelo Brasil

Desde 1980, mulheres podem ingressar em áreas específicas das Forças Armadas

Por FolhaPress
Ás

Mulheres passam a assumir comando de forças militares em estados pelo Brasil

Foto: Divulgação/Exército Brasileiro

De maneira inédita e com atraso em relação a outros países, mulheres estão assumindo comandos de forças militares em diferentes estados do Brasil.

"É um desafio enorme ser mulher e ocupar um cargo de comando, mas é o momento em que podemos fazer a diferença", diz a coronel Marta Renata Freitas, 44, que foi nomeada comandante da Polícia Militar do Acre em dezembro de 2024. Até então, nenhuma mulher havia ocupado o cargo.

Freitas vê sua nomeação como um avanço na valorização das mulheres na carreira militar e defende uma gestão que leve em conta as questões de gênero, garantindo condições dignas de trabalho e suporte para o crescimento profissional de todas.

"Comandar uma corporação não exige força, mas maturidade, experiência, visão estratégica e capacitação", afirma.

Na corporação há 20 anos, a oficial reconhece que ainda há resistência à presença feminina, embora de forma mais sutil. Para ela, vencer obstáculos estruturais invisíveis é um desafio ainda maior do que enfrentar barreiras explícitas.

"Eu celebro muito essa conquista, mas sem esquecer a responsabilidade que carrego. As mulheres sempre são mais cobradas, como se precisassem provar que dão conta, porque ainda nos associam à fragilidade", diz.

Desde 1980, as mulheres podem ingressar em áreas específicas das Forças Armadas, como saúde e intendência. Hoje, mais de 34 mil brasileiras integram corporações militares. Elas atuam em quase todas as funções, incluindo combate, e podem alcançar patentes como tenente, capitão, major e coronel. Ainda assim, são minoria nos postos de comando.

Este foi o primeiro ano que mulheres com 18 anos ou mais puderam se alistar voluntariamente ao Exército. Antes, a única forma de ingresso era por meio de cursos de formação de suboficiais e oficiais.

Segundo o Ministério da Defesa, nesta primeira fase, serão oferecidas 1.465 vagas distribuídas em 28 municípios de 14 unidades federativas. Do total, 1.010 vagas são para o Exército, 155 para a Marinha e 300 para a Aeronáutica. A expectativa é ampliar progressivamente esse número até alcançar 20% das vagas.

Neste ano, também foi aprovado um projeto de lei que proíbe a diferenciação de gênero para ingresso e promoção nas carreiras de PMs e bombeiros. Antes, os concursos públicos reservavam apenas 10% das vagas para mulheres.

"É um momento de comemoração para nós. Mostra que todo esforço vale a pena e que podemos alcançar o sucesso nas nossas escolhas", diz a coronel Jordana Filgueiras Daldegan, 44, primeira mulher a assumir o comando do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), empossada no começo do mês.

Quando ingressou no curso de formação de oficiais bombeiros, em 2000, a presença feminina ainda era tímida. Segundo a coronel, a instituição não estava preparada para receber mulheres.

"Não havia alojamento feminino nem EPIs (equipamentos de proteção individual) adequados. No meu primeiro serviço, cabiam duas Jordanas dentro da capa de combate a incêndio", conta.

No início da carreira, afirma ter enfrentado dificuldades para atuar na linha de frente e era frequentemente direcionada para outras funções. A conquista desse espaço veio com qualificação e persistência.

"Nós, mulheres, fomos superando esses desafios com capacitação e provando que tínhamos condições", diz.

Em janeiro deste ano, a major aviadora Joyce de Souza Conceição, 41, tornou-se a primeira mulher a assumir o comando de uma unidade aérea da Força Aérea Brasileira (FAB).

Natural de Manaus (AM), a comandante fez parte da primeira turma de oficiais aviadoras da Academia da Força Aérea, em 2003. Desde então, construiu uma trajetória de pioneirismo: foi a primeira brasileira a pilotar um C-130 Hércules --capaz de operar em pistas pequenas ou improvisadas-- e a aterrissar na Antártica.

"É um marco que consolida a presença feminina nas Forças Armadas e mostra que o céu não é o limite para as mulheres no Brasil", declarou a major em um vídeo publicado pela FAB.

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