Mulheres são maioria entre influenciadores, mas ganham menos que os homens, aponta pesquisa!

Aos detalhes...

Por Michel Telles
Ás

Mulheres são maioria entre influenciadores, mas ganham menos que os homens, aponta pesquisa!

Foto: Divulgação

A quinta edição do relatório “Creators & Negócios”, realizado pela agência Brunch em parceria com a consultoria YOUPIX, evidenciou uma desigualdade de gênero no que se refere à remuneração no mercado de marketing de influência. De acordo com a pesquisa, mulheres são maioria na profissão de influenciador, representando 70,73% dos respondentes, enquanto os homens representam apenas 24,93%. Os outros 3,52% são compostos por pessoas trans, de gênero fluído, não binárias e as que preferiram não responder. 

Apesar de ocuparem um largo coro, os maiores salários da profissão estão na mão deles, e os menores, na delas. Segundo o levantamento, a porcentagem entre as mulheres que ganham até R$ 2 mil renda mensal é de 21,46%, quase o dobro da média dos homens (12,60%). Na faixa dos que recebem entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, elas também são maioria, representando 31,42% do número, enquanto eles são 28,40%. 

As fatias começam a se inverter a partir das rendas mensais maiores. Acima de R$ 5 mil, por exemplo, os homens ocupam a maior parte, com 33,70%, contra 27,59% das mulheres. Entre R$ 10 mil e R$ 20 mil, eles também têm ligeira vantagem com 15,8%, em comparação com os 14,18% que as representam. Entre R$ 20 mil e R$ 50 mil, elas voltam a ter vantagem, mas de maneira bem pequena, com 4,60% contra 4,20% deles. Acima de R$ 50 mil e acima de R$ 100 mil, as mulheres não chegam a representar nem 1% do número, enquanto os homens são 3,2% e 2,1%, respectivamente.

Para Fabio Gonçalves, diretor de talentos internacionais da Viral Nation e especialista no mercado de marketing de influência, um dos motivos principais para essa desigualdade de gênero é que o segmento ainda é um reflexo do nosso mundo: “O mercado publicitário e de influência ainda reflete padrões históricos de valorização do trabalho masculino. Muitas marcas enxergam os homens como porta-vozes de autoridade em temas como finanças, tecnologia e negócios, áreas que costumam atrair campanhas com maior investimento. Enquanto isso, as mulheres, mesmo dominando a criação de conteúdo, são frequentemente associadas a nichos considerados ‘soft’, como moda e beleza, que, apesar de terem grande alcance, nem sempre recebem orçamentos tão altos quanto outras categorias. Em um mundo ideal, as pessoas deveriam considerar, além dos números, a qualidade do trabalho e outros fatores que compõem um perfil de influenciador competente, e não seu gênero”.

Outro fator determinante que o profissional ressalta é a diferença nas tratativas das negociações. De acordo com ele, muitos influenciadores masculinos são incentivados a adotar uma postura mais assertiva ao precificar seus trabalhos, enquanto mulheres podem enfrentar resistência ao reivindicar valores mais altos. Além disso, Fabio diz que a falta de transparência na precificação do trabalho de influenciadores também contribui para essa desigualdade.

“Como o mercado de influência não tem uma tabela fixa de valores, muitas criadoras de conteúdo acabam aceitando pagamentos menores por desconhecerem o quanto poderiam cobrar. Isso reforça um ciclo em que elas continuam sendo remuneradas abaixo dos homens, mesmo quando possuem engajamento e alcance semelhantes ou até superiores”, explica.

Por fim, Gonçalves afirma, enquanto um agente do mercado, que talento, engajamento, impacto e conexão com o público são os verdadeiros diferenciais de um influenciador, independentemente do gênero. “Na Viral Nation, trabalhamos para garantir que as oportunidades e negociações sejam justas e baseadas na qualidade do conteúdo e na entrega de resultados. Nosso compromisso é quebrar barreiras e promover um mercado mais transparente e equitativo, onde todos os criadores de conteúdo tenham o devido reconhecimento e valorização pelo seu trabalho, e não pelo seu gênero”.

METODOLOGIA

A pesquisa, realizada pela agência Brunch e pela consultoria YOUPIX, contou com 369 respostas válidas de criadores de todo o país, em um questionário realizado do dia 13 de agosto até 23 de setembro de 2024.

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