Mulheres sofrem mais com doenças não fatais que os homens, aponta estudo
Levantamento revela diferenças de saúde entre os sexos ao longo de 30 anos
Foto: Frame/TV Brasil
Um estudo conduzido ao longo de três décadas e publicado na revista científica The Lancet Public Health em maio, analisou as principais diferenças na saúde entre homens e mulheres. Os resultados revelam que, embora as mulheres vivam mais tempo, enfrentam um quadro de saúde mais adverso ao longo da vida em comparação com os homens.
De acordo com a pesquisa, as mulheres são mais afetadas por condições não fatais, como problemas musculoesqueléticos, transtornos de saúde mental e dores de cabeça, enquanto os homens são desproporcionalmente impactados por condições que podem levar à morte precoce, incluindo Covid-19, doenças cardiovasculares, respiratórias e hepáticas, além de lesões relacionadas a acidentes de trânsito.
Os pesquisadores ressaltam que essas disparidades de saúde entre os gêneros aumentam com a idade, e as mulheres, por viverem mais, apresentam níveis mais elevados de doenças e incapacidades ao longo da vida. O estudo diferenciou "gênero" e "sexo", destacando a importância de abordagens específicas para cada um desses aspectos na saúde pública.
Utilizando dados do Global Burden of Disease Study 2021, a pesquisa comparou o número total de anos de vida perdidos por doenças e morte prematura, conhecido como anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs), para as 20 principais causas de doenças em mulheres e homens. A análise abrangeu sete regiões do mundo, entre 1990 e 2021.
Os pesquisadores enfatizam a necessidade de intervenções específicas para cada gênero desde idades precoces, visando prevenir e mitigar problemas de saúde ao longo da vida.
Os autores do estudo destacam ainda a importância de políticas públicas adaptadas às necessidades específicas de saúde de homens e mulheres, como a coleta e notificação de dados específicos de sexo e identidade de gênero para informar tais políticas.