Na CPI da Pandemia, Aziz diz que desfile é "cena patética"
Senador afirma que evento é "ataque frontal à democracia que precisa ser repudiado"
Foto: Agência Senado
O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz, afirmou na manhã desta terça-feira (10), que o presidente Jair Bolsonaro colocou o país “nessa situação vexatória, degradou as instituições e rebaixou as Forças Armada”. A fala de Aziz é em critica ao desfile militar organizado pela Marinha para entregar um convite ao presidente Jair Bolsonaro para acompanhar, hoje, a Operação Formosa 2021, na cidade goiana de Formosa. Aziz disse que foi uma "cena patética" que evidenciou "fraqueza" de Bolsonaro.
“Enquanto abrimos essa importante sessão da CPI da Pandemia, o Brasil passa por um momento grave. Aqui do nosso lado, no Eixo Monumental, o presidente Jair Bolsonaro comanda um lamentável desfile de blindados das Forças Armadas, em uma clara tentativa de intimidar parlamentares e opositores. Bolsonaro imagina com isso estar mostrando força, mas na verdade está evidenciando toda a fraqueza de um presidente acuado pelas investigações de corrupção, inclusive desta CPI, e pela incompetência administrativa que provoca mortes, fome e desemprego em meio a uma pandemia ainda sem controle”, disse o senador na abertura da CPI.
Para Aziz, o evento foi uma "encenação, uma coreografia".
"Não é um teatro sem consequências, mas um ataque frontal à democracia que precisa ser repudiado. O papel das Forças Armadas é defender a democracia, não ameaçá-la. Desfiles como esse serviriam para mostrar força para conter inimigos externos que ameaçassem nossa soberania, o que não é o caso. As Forças Armadas jamais podem ser usadas para intimidar sua população, seus adversários, atacar a oposição legitimamente constituída. Não há nenhuma previsão constitucional para isso. Em apenas dois anos e meio de mandato, Bolsonaro colocou o país nessa situação vexatória, degradou as instituições e rebaixou as Forças Armadas, formada em sua grande maioria por homens sérios e honrados, como pude presenciar de perto no meu Amazonas".
E completa: "Todo homem público, além de cumprir suas funções constitucionais, deveria ter medo do ridículo. Mas Bolsonaro não liga para nenhum desses limites, como fica claro nessa cena patética de hoje, que mostra apenas uma ameaça de um fraco que sabe que perdeu”.