'Não foi uma simples pichação', diz Moraes ao rebater opinião de Fux sobre caso de cabeleireira
Débora Santos pode receber sentença de 14 anos de prisão por pichar a estátua da Justiça com batom

Foto: Andressa Anholete/SCO/STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quarta-feira (26) para tornar Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados réus por tentativa de golpe. Durante o julgamento, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, divergiu de Luiz Fux sobre a situação da cabeleireira Débora Santos, acusada de pichar a estátua da Justiça com batom nos atos de 8 de janeiro.
Fux já havia pedido vista do processo, ou seja, mais tempo para analisar o caso, enquanto Moraes votou a favor da prisão de Débora por 14 anos, além de uma multa de R$ 50 mil. Fux justificou o pedido de vista, argumentando que a pena era exacerbada para um ato de pichação.
Moraes, por sua vez, rebateu: "As pessoas não podem esquecer ou relativizar. Eu e o ministro Zanin divergimos em muitos casos na questão da dosimetria. Nós temos que admitir os fatos. Lá não foi uma simples pichação, houve toda uma manifestação anterior de aderir à tentativa de golpe de Estado, de ficar nos acampamentos, de invadir com violência junto com os demais e pichar. Jamais falaria algo sobre o pedido de vista, porque eu também peço bastante vista", afirmou.
Débora é acusada de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Ela permanece presa na Penitenciária Feminina de Rio Claro, em São Paulo, e confirmou ter vandalizado a escultura com batom vermelho durante o depoimento.