'Não há existência de plano de resgate', diz Itamaraty sobre brasileiros na Ucrânia

O Palácio do Itamaraty descartou possibilidades de realizar o resgate de brasileiros na Ucrânia, que está em conflito militar com a Rússia. De acordo com o órgão, a operação envolveria fazer o envio pessoas do Brasil para o país e realizar a retirada delas do local, o que seria inviável no momento. 

A ação que se planeja, segundo o Itamaraty, é uma evacuação, que pode ser feita organizando saídas com os próprios meios de transporte dos brasileiros, mas ainda não há previsão de qualquer concretização. 

“Sobre a existência de plano de resgate, não há. A Embaixada do Brasil ou de qualquer país não tem condição de fazer uma operação de resgate no momento, que envolveria gente daqui, uma chegada na Ucrânia e uma retirada das pessoas de lá. Já a evacuação comporta a retirada de pessoas do país por meios próprios ou por meio do governo brasileiro que já está lá”, detalhou o Secretário de Comunicação e Cultura do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Leonardo Gorgulho.

O espaço aéreo na Ucrânia sofre sérias restrições, com isso, o Itamaraty quer implementar a evacuação por via terrestre, mas ainda não há data para que isso seja feito. “Temos que fazer uma avaliação de segurança, de meios e de possibilidade de que os brasileiros vão ao ponto de encontro marcado. Assim que sejam dadas as condições, será feita a evacuação”, disse o embaixador.

O órgão está, entre as primeiras ações, mapeando quem são os brasileiros na Ucrânia. Essas pessoas são as que procuram a Embaixada, que faz um cadastro com informações de telefone, localização e situação familiar. Além disso, outra orientação passada pelo governo brasileiro é que os cidadãos do Brasil que estejam em Kiev não saiam de casa.

Já os que estão em regiões do leste e oeste deixem a região ou se desloquem à capital. “Nossas embaixadas podem ser acionadas, estão em regime de plantão”, declarou Leonardo Gorgulho.

Ao todo, cerca de 500 brasileiros estão na Ucrânia, segundo informações da Embaixada. O perfil desses cidadãos é formado principalmente por comunidades diversas de estudantes, profissionais autônomos, especialistas em tecnologia da informação, atletas e religiosos. A maioria é adulto, há poucas crianças.