"Não posso dar a Lula um tratamento diferente", diz Fachin sobre decisão de anular condenações

O relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, afirmou durante entrevista ao portal UOL, sobre todas as condenações anuladas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Justiça Federal do Paraná no âmbito da Operação Lava Jato. "Como procurei demonstrar em minha decisão, não posso negar ao ex-presidente o mesmo tratamento conferido a outros agentes políticos acusados em situações semelhantes. Manter a posição minoritária quando sucessivamente derrotado apenas aprofunda a desigualdade e a seletividade da jurisdição", disse o ministro. A anulação das condenações contra o ex-presidente Lula restaura a elegibilidade em 2022.

Ao falar sobre os rumores de uma uma tentativa de salvar a Lava Jato e evitar a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, ele disse ser "responsável" pelas próprias decisões e não pelo o que a imprensa tem dito. 

"Meu compromisso de julgar as ações da Lava Jato com celeridade e permitindo às partes e aos colegas de tribunal não apenas conhecer o conteúdo da decisão, como também de recorrer e expressar sua crítica, como fizeram os ministros na sessão de terça-feira", completou. 

A Procuradoria-Geral da República recorreu da decisão de Fachin, que manteve a decisão, mas encaminhou o caso ao plenário do STF.