Nasa: rover caçador de rochas revela geologia surpreendente de cratera em Marte
Cientistas apontam que planeta já foi quente e úmido em outros tempos

Foto: NASA/JPL-CALTECH/MSSS
Amostras de núcleo perfuradas pelo rover Perseverance, da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), na superfície de Marte estão revelando a geologia de uma cratera que os cientistas suspeitam que possa ter abrigado vida microbiana há bilhões de anos.
As amostras, obtidas pelo rover robótico de seis rodas, mostraram que a rocha de quatro locais dentro da cratera Jezero é ígnea, formada pelo resfriamento de material fundido. Além disso, as rochas também apresentaram evidências de alteração pela exposição à água. Segundo a Nasa, esse é um outro sinal de que Marte já foi quente e úmido em outros tempos. Os cientistas acreditavam que a rocha, formada há cerca de 3,5 bilhões de anos, poderia ser sedimentada, formada pelo acúmulo de lama e areia depositadas no leito de um lago.
"Na verdade, não encontramos evidências de rochas sedimentares onde o rover explorou o fundo da cratera, apesar de sabermos que a cratera já abrigou um lago e que sedimentos devem ter sido depositados. Esses depósitos sedimentares devem ter erodido", disse o geoquímico do Caltech Kenneth Farley, principal autor de um dos quatro estudos publicados nas revistas Science e Science Advances descrevendo a geologia da cratera.