Neto nega que tenha orientado governadores do DEM a não assinar carta contra Bolsonaro
Prefeito diz que prefere não se envolver na polêmica
Foto: Gilberto Júnior / Farol da Bahia
O prefeito ACM Neto comentou nesta terça-feira (18) a carta aberta contra o presidente Jair Bolsonaro onde vinte governadores o criticam por fazer declarações que "não contribuem para a evolução da democracia no Brasil". Eles citam os comentários de Bolsonaro em que desafiou que os chefes dos Executivos estaduais para que reduzissem, segundo a carta, "impostos vitais à sobrevivência dos Estados". Recentemente Bolsonaro havia dito que zeraria os impostos federais sobre combustíveis se todos os governadores abrissem mão do ICMS sobre os produtos. Nenhum governador do DEM, partido que Neto preside e que possui três nomes entre os ministros, assinou o documento. O prefeito negou que tenha orientado os parlamentares.
"Não estou por dentro desse assunto, não me compete, esse é uma polêmica que envolve o governador do estado da Bahia e o presidente da República e sabe aquela coisa que muitas vezes o melhor é não colocar sua colher na panela dos outros, então já tenho muita coisa pra me preocupar. Evitei fazer qualquer tipo de comentário sobre essa discussão de ambos. Acho que os dois estão errados. O assunto devia ser tratado de outra forma com muito mais cuidado e responsabilidade. Houve um processo grave que precisa ser apurado pra saber se os policiais agiram corretamente ou não. Não tenho base pra fazer qualquer julgamento. Agora acho que tanto o governador quanto o presidente estão errados nesse assunto. Não tenho nada com isso. Não pedi pra assinar ou deixar de assinar. Cada governador manda no seu nariz e toma sua decisão. Não tenho nada com isso", garantiu.
A carta também traz os recentes comentários do presidente sobre a investigação em curso do assassinato da vereadora Marielle Franco, em que Bolsonaro, segundo o documento, se antecipa "a investigações policiais para atribuir fatos graves à conduta das polícias e de seus Governadores".
Bolsonaro, afirmou ainda no domingo (16), disse que o governador da Bahia, Rui Costa (PT), "mantém fortíssimos laços" com bandidos e que a "PM da Bahia, do PT" era responsável pela morte do ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Adriano da Nóbrega.