Bahia

Nezinho: o chamador de Orixá

Confira a coluna da semana de Adriano Azevedo

Por Adriano Azevedo
Ás

Nezinho: o chamador de Orixá

Foto: Reprodução

Hoje irei falar de Onésio dos Santos, mais conhecido por Nezinho ou Alabê Nezinho. Esse Inesquecível foi o responsável pela minha formação sacerdotal como Alabê – Instrumentista responsável pelos toques e preservação dos Ilú – os Atabaques. Filho de Omolu, Nezinho é filho do Opô Afonjá desde a gestão de Mãezinha – segundo relato de Egbome Tutuca. Ela me disse que quando aqui chegou, Nezinho já se fazia presente. Acredito que ele seja bem mais antigo do que parece. Presumo que ele seja da época de Mãe Senhora. Mas o fato é que quando eu nasci, Nezinho já era o Grande Alabê do Opô Afonjá. Toda e qualquer obrigação na qual se fazia necessária a presença dos Atabaques, Nezinho estava apostos. Assim como o adjá – campana utilizada pela Iyalorixá para chamar o Orixá. A utilização deste instrumento é indispensável nas mãos da mãe de santo; Nezinho era com o aguidavi – baqueta utilizada nos Atabaques para a produção do som. Ele não largava seu aguidavi por nada.

A sua participação em minha formação como Alabêa contece a partir da minha paixão pelos Atabaques e pela minha vocação como tocador. No entanto, tal habilidade nunca era reconhecida pelo Mestre Nezinho, por mais que eu dissesse que sabia tocar: ele já tinha – até – me visto tocando! A desculpa que ele me dava era porque a minha posição no Terreiro era outra – eu sou Obá de Xangô e, ele dizia: “seu lugar é sentado ao lado da mãe de Santo!” E para amenizar minha frustração e desejo de tocar naqueles instrumentos sagrados, era minha mãe quem sofria as consequências, pois seus baldes serviam como atabaques improvisados. Além disto, também confeccionava pequenos instrumentos feitos com latas de leite, resto de couro e elásticos para afinação. E assim, fui aprimorando o meu intento.

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