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No STF, AGU defende tratamento digno de mulheres vitimas de violência sexual

Corte iniciou nesta quinta-feira (7) a julgar ação da PGR que visa garantir que vítimas de violência sexual sejam tratadas de forma digna

Por Da Redação
Ás

No STF, AGU defende tratamento digno de mulheres vitimas de violência sexual

Foto: Conselho Nacional de Justiça/CNU

A Advocacia Geral da União (AGU) defendeu nesta quinta-feira (7) durante sessão no Supremo Tribunal Federal que a vida sexual pregressa da vítima e seu modo de vida não sejam questionados durante julgamentos de crimes contra a dignidade sexual.

A atuação ocorre na ação movida apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que busca  garantir que vítimas de violência sexual sejam tratadas de forma digna durante investigações e julgamentos criminais, excluindo a possibilidade de que o magistrado faça valoração da vida sexual pregressa da vítima durante a fixação da pena em crimes sexuais.

A manifestação da AGU foi apresentada durante a sustentação oral feita pela secretária-adjunta do órgão, Andrea de Quadros Dantas Echeverria. 

"Para além das graves violações físicas e psicológicas por quais passam as mulheres vítimas de violência sexual, quando elas resolvem notificar e representar contra seus agressores, tal atitude não rara é acompanhada de um árduo processo de revitimização ao longo de inquéritos policiais e processos penais Brasil afora", explicou Echeverria.

"Essa falha no dever estatal de proteção da mulher contra toda forma de violência enseja que mulheres vítimas de estupro sejam questionadas e tenham expostas, de forma inconstitucional, sua vivência sexual pregressa na fase investigatória, instrutória ou de julgamento, dificultando sobremaneira o próprio direito de acesso à Justiça", acrescentou.

Para a secretária, a consideração de aspectos da vida íntima da vítima que não estão relacionados ao crime pode levar à culpabilização da vítima pelo ocorrido. "O que se observa é que tal tratamento dispensado à vítima provoca verdadeira nova agressão, agora institucionalizada pelo sistema de Justiça que deveria protegê-la, em um processo inconstitucional de culpabilização da vítima", completou.

O julgamento da ação, que está sob relatoria da ministra Cármen Lúcia, foi suspenso após a apresentação das sustentações orais e será retomado em sessão cuja data ainda será definida.

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