No Twitter, apoio a Bolsonaro cai e presidente vira alvo de críticas de antigos apoiadores
Informações são da pesquisa FGV feita após saída de Moro do Ministério da Justiça
Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
Uma pesquisa da Diretoria de Análises de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (DAPP/FGV) aponta que após a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, a base do presidente Jair Bolsonaro ficou menor e ainda mais isolada no Twitter. O estudo analisou mais de 2,85 milhões de postagens sobre o tema na rede social, entre 11h e 18h desta sexta-feira (24), período que compreendeu tanto o pronunciamento do ministro quanto do presidente. Segundo os dados da pesquisa, a base fiel a Bolsonaro mobilizou apenas 9,5% desse volume.
O Twitter é a rede social mais usada pelos bolsonaristas, espaço onde travam disputas e é usado também pelos próprios aliados de Bolsonaro para medir a popularidade das decisões do presidente. Ainda segundo a pesquisa, pela primeira vez, houve ataques a Bolsonaro no grupo à direita que tradicionalmente dá sustentação ao governo.
Das publicações desse núcleo, 26% foram críticas ao presidente, acusado de se render à velha política e de traição contra o titular da Justiça. Cerca de 76% das publicações foram contrárias a Moro, com acusações de insubordinação e de que o ministro “abandonou o barco”. A maioria dos tuítes sobre a saída de Moro (70%) partiu do grupo classificado pela DAPP/FGV como de oposição, que reúne perfis de vários espectros políticos e que repudiou a saída do ministro.
O engajamento desse grupo no Twitter foi maior ontem (24) do que no início de abril, quando somou 60%, durante a mobilização pela permanência do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, demitido no último dia 16. Ainda de acordo com a DAPP/FGV, 3,5% das postagens foram de grupos à direita, antes alinhados ao governo Bolsonaro, que lamentaram a saída de Moro. As demais publicações não tiveram alinhamento político.