Nomeado por Lula em 2003, ex-diretor da Petrobras deve mais de R$ 2 bilhões ao TCU
Renato Duque desviou valores em esquemas de corrupção na petroleira
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Tribunal de Contas da União (TCU) publicou três editais que, juntos, cobram do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque dívidas que totalizam mais de R$ 2 bilhões, em função dos desvios provocados pelos esquemas de corrupção na empresa. Duque foi condenado a mais de 60 anos de cadeia por corrupção na Lava-Jato.
O ex-diretor foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2003 e deixou o cargo somente em 2015, durante o governo Dilma Rousseff (PT). Em março, o TCU publicou edital citando Duque para apresentar alegações finais de defesa e recolher aos cofres públicos R$ 547 milhões.
Em junho do ano passado, o tribunal cobrou R$ 975 milhões do ex-diretor, débitos referentes aos prejuízos nas refinarias Premium I e II, obras que foram paralisadas.
As refinarias começaram a ser construídas no final do segundo mandato de Lula, mas as obras foram canceladas em 2015. Essa parada deu um prejuízo de R$ 2,7 bilhões aos cofres públicos, em serviços de terraplanagem e materiais que se transformaram em sucata.
No mesmo ano, em dezembro, o TCU pediu que Renato Duque devolvesse outros R$ 493 milhões aos cofres públicos, dinheiro referente às licitações da Petrobras destinadas à ampliação do Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES), e a construção do Centro Integrado de Processamento de Dados (CPID).
O tribunal, então, concluiu que o ex-diretor omitiu no seu dever de agir para impedir a ação criminosa contra as licitações da Petrobras.