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Bahia

"Nós recebíamos 500 e executávamos 3.000", afirma engenheiro sobre a FIEB

Seis empresas de construção contratadas através de licitação, denunciam irregularidades contratuais do órgão

Por Da Redação
Ás

 "Nós recebíamos 500 e executávamos 3.000", afirma engenheiro sobre a FIEB

Foto: Reprodução

"Fomos prejudicados em quase um milhão e meio de reais em serviços prestados". Este é o desabafo do engenheiro José Quirino de Sá Netto, representante da Sete Construções uma das seis empresas que denunciaram irregularidades de pagamento e contratação nas licitações da Federação de Industrias do Estado da Bahia (FIEB). Ele relata que a empresa foi prejudicada desde 2016 quando iniciou uma obra em Eunápolis onde a planilha apresentada não condizia com o projeto que a construtora havia apresentado em contrato, que por sua vez também era constantemente modificado e sem prazo hábil para a mesmo, fazendo com que surgissem problemas em diversos âmbitos no desenvolvimento da obra.

O engenheiro esclareceu ainda que, de fato, o órgão trabalha de maneira monotéista e numa meta de quanto menos gastarem melhor. "Jequié foi pior, tinham um aterro para ser feito e nós fizemos a terraplanagem em perfeito estado. E logo depois sem aviso algum eles mandaram retirar o material. Depois da constatação da qualidade do produto utilizado eles solicitaram a recolocação. Sem contar nos 30 dias que ficamos parados por conta de um procedimento de inspeção na obra que eles também resolveram realizar de uma hora para outra. Fiquei com um rombo de dois meses de folha para regularizar e hora nenhuma eles pensarão na condição de trabalho do empresário.", explicou.

Além da Sete Construções, as empresas Construtora NM, PJ Construções e Terraplanagem, Construtoras e Serviços WJC, Medeiros Santos Engenharia e MFP construtora realizam a denuncia relatando em nota a indignação sobre o posicionamento da FIEB diante de seus contratos e das póstumas reclamações feitas pelas empresas e encaminhadas ao judiciário. Todas afirmam que a FIEB licita e contrata suas obras com projetos incompletos e que os problemas fazem as construtoras assumirem custos não previstos.  

"A obra realizada na Praça Visconde de Monte Alegre, no bairro do Retiro tinha o valor do contrato previsto em R$28.021.788,73, já contemplando as despesas indiretas, tudo conforme planilhado e contratado. A obra tinha prazo previsto de 15 meses, mas foi executada em 27 meses, consumindo outros R$5.885.768,40, além do valor contratado", afirma Ibsen Novaes Jr., representante da empresa MFP Construtora. Este valor, segundo Ibsen, surgiu devido a serviços e obras não previstas no contrato. O erro da não inclusão teria sido cometido pelo SESI, havendo pagamento dos acréscimos das obras mas não as despesas indiretas previstas em contrato com a alegação de extrapolação do tempo da obra de 15 para 27 meses.

Por conta da falta de pagamentos e irregularidades cometidas pela instituição para com as construtoras elas foram lesadas de forma direta, tendo a maioria dos recursos de caixa e capital de giro consumidos. E relata que mesmo assim continuam a honrar seus compromissos, entre eles, salários e encargos trabalhistas, tributos,fornecedores etc. Aguardando assim um posicionamento do Judiciário que segundo eles também não os auxilia trabalhando "a passos lentos".

A partir da denuncia realizada, a redação do Farol da Bahia procurou a assessoria de comunicação do órgão e não obteve retorno até a presente data e hora de publicação desta matéria. 

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