"Nossa orientação desde o começo é pelo distanciamento social", diz Teich
Senadores se dizem frustrados, insatisfeitos e negativamente impressionados com respostas confusas do ministro
Foto: Reprodução
Na audiência virtual do ministro da Saúde, Nelson Teich, nesta quarta-feira (29), no Plenário virtual do Senado, alguns senadores se disseram confusos sobre a postura que o Ministério da Saúde defende em relação ao isolamento social. Alessandro Vieira (Cidadania-SE) se disse "negativamente impressionado" com a fala do ministro nos últimos dez dias e pediu clareza de posicionamento. "Não cabe mais a desculpa de que estamos estudando e avaliando, é preciso assumir as responsabilidades, as mais de 5 mil mortes estão no currículo do presidente [Jair Bolsonaro] e do senhor", reforçou o senador.
Na mesma linha, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse estar "frustrado" com as respostas do ministro que pontou estar estudando números, curvas e ações no mundo. "No meio dessas incertezas existe uma: que o isolamento social é o único capaz de conter uma explosão de casos" e continuou "Não há momento para incerteza, isolamento social sim ou não? Em qual regiões têm que ser manter?", questionou e pediu firmeza e clareza sobre a postura, ainda mais por causa do posicionamento contrário de Bolsonaro.
"Eu não estou satisfeita com suas respostas, se não vai fazer isolamento, qual a capacidade de leitos e respiradores?", perguntou Kátia Abreu (PP-TO) e pediu o protocolo oficial indicado aos Estados. "A diretriz vai sair, com as variáveis e ações", respondeu vagamente Teich.
O ministro colocou que não se sabe o efeito do confinamento na saúde mental das pessoas, que podem sair de casa por conta própria e frisou: "Nossa orientação desde o começo é pelo distanciamento, isso não mudou".
"Esse número de mortes que está acontecendo não é no Brasil, é no mundo. A gente não é indiferente ao sofrimento das pessoas", concluiu o ministro.