Nova formação do CNMP tem maioria não alinhada com Aras
Novos membros pregam distancia das amarras ideológicas
Foto: Reprodução/MPF
O Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) está com uma nova formação desde ontem (10), e a maioria dos integrantes adota postura mais crítica em relação ao procurador-geral da República, Augusto Aras. Dos quatro integrantes que tomaram posse para o próximo biênio, somente um é alinhado ao chefe do MPF.
O Conselho é o órgão máximo dentro do MPF, ao qual cabe elaborar normas de concursos, determinar a realização de sindicâncias e os critérios para distribuição de inquéritos. Como PGR, Aras o preside e tem o vice-procurador, Humberto Jacques, também como membro nato. Os outros são eleitos para mandatos de dois anos.
De acordo com um dos integrantes do Conselho, que falou ao Correio Braziliense sob a condição de anonimato, a nova equipe concorda que deve seguir uma linha independente. A intenção é se afastar de engajamento às ações com Aras e não se prender a amarras ideológicas.
Entre os novos membros está Mário Bonsaglia, ele foi o mais votado na lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) para presidir a PGR. O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, ignorou os nomes sugeridos e indicou Aras como procurador-geral.
Crítico de Aras, Bonsaglia postou recentemente no Twitter que “o MPF vive a maior crise de sua história, em meio a uma clara tentativa de centralização hierárquica”. A postagem ocorreu um dia depois de um bate-boca na sessão do CSMPF.