Nova indústria mineradora em Irecê vai gerar 900 empregos, diz presidente da CBPM
Henrique Carballal reforça ainda que serão mais de 31 milhões de massa salarial na região
Foto: Ane Catarine/Farol da Bahia
O presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, Henrique Carballal, afirmou, em entrevista ao Farol da Bahia, nesta sexta-feira (24), que vai inaugurar uma nova unidade industrial mineradora, na cidade de Irecê, região norte da Bahia. Ele reforçou que serão 900 empregos gerados e mais de 31 milhões de massa salarial circulando mensalmente na região.
De acordo com Carballal, além da mineração, haverá uma planta industrial de alta tecnologia. Pessoas serão contratadas pela Galvani Fertlizantes, através do SineBahia, e a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), liderada por Davidson Magalhães, irá qualificar os trabalhadores. O objetivo é que a unidade utilize mão de obra local.
Com investimento de R$ 340 milhões a partir de 2026, serão produzidas anualmente 350 mil toneladas de concentrado fosfático, destinadas ao complexo industrial de Luís Eduardo Magalhães, para serem transformados em fertilizantes. O principal foco do projeto é o compromisso com a sustentabilidade.
"Vai ser retirado o fosfato, uma indústria montada com alta tecnologia, um forno inovador que não vai gerar nenhum tipo de resíduo, não vai ter barragem de resíduos, ou seja, do ponto de vista do impacto ambiental, impacto quase zero", afirma Carballal.
O Brasil é um país predominantemente agrícola, mas ainda depende da importação de fertilizantes a base concentrada de fosfato. Um dos objetivos dessa nova unidade é que, já em dezembro de 2025, o estado da Bahia se torne independente dessa importação. Conforme Carballal, o pensamento vai além, com a intenção de produzir 25% de todo o fertilizante que o Norte-Nordeste do Brasil precisa.
Existem também promessas feitas para o fortalecimento geral da região:
- Destinar 10 mil toneladas/ano de calcário (subproduto da mineração do fosfato) para a agricultura familiar;
- A criação do fundo de educação, onde a CBPM destinará 10% dos royalties recebidos desse contrato, especificamente para ser gasto em educação.
"Que esse recurso seja administrado pela sociedade de Irecê, pelo povo de Irecê, que o povo aqui determine onde esse recurso pode ser gasto, pode ser pagando uma faculdade de medicina para que um estudante pobre daqui possa se formar como médico. Mas, em contrapartida, ele deveria trabalhar durante 10, 15 anos na região para que o aprendizado que ele teve desse fundo pudesse voltar com o benefício público", finaliza o presidente da CBPM.