Número de brasileiros com insegurança alimentar chega a 33,1 milhões, afirma pesquisa
O levantamento, realizado pelo Vigisan, foi divulgado nesta quarta-feira (8)
Foto: Reprodução/Agência Brasil
O total de pessoas em insegurança alimentar grave no Brasil quase duplicou em menos de dois anos. Cerca de 33,1 milhões de brasileiros se encontram nessa situação (15,5% da população), revela a pesquisa do Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil (Vigisan), divulgada nesta quarta-feira (8).
Em números absolutos, 14 milhões de pessoas a mais estão passando fome no país. O levantamento foi elaborado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan).
Como mostrou o 1º inquérito, divulgado em abril do ano passado, cerca de 19 milhões de brasileiros (9,1% da população) não tinham nada para comer em 2020, 9 milhões a mais que em 2018, quando essa população somava 10,3 milhões de pessoas.
De acordo com especialistas, a crise foi influenciada pela pandemia do novo coronavírus. O novo exame, conduzido pelo instituto Vox Populi entre novembro de 2021 e abril de 2022, visitou 12.745 domicílios de 577 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal.
Segundo os pesquisadores, as famílias negras e chefiadas por mulheres são as mais atingidas: 65% dos domicílios comandados por pessoas pretas e pardas convivem com restrição de alimentos em qualquer nível; Já 63% dos lares com responsáveis mulheres apresentaram algum patamar de insegurança alimentar.
Além disso, a pesquisa destaca que, proporcionalmente, a preocupação com o acesso a alimentos atinge maiores parcelas da população no Norte (71,6%) e no Nordeste (68%). Entretanto, a região Nordeste é a que registra mais pessoas com fome: são 12 milhões em situação de insegurança alimentar grave.