Eleições

Número de mulheres candidatas bate recorde, mas gênero segue sendo minoria nas eleições

Mulheres são minoria na própria disputa pela Presidência da República

Por Da Redação
Ás

Número de mulheres candidatas bate recorde, mas gênero segue sendo minoria nas eleições

Foto: José Cruz/Agência Brasil

O número de mulheres candidatas bateu recorde na eleição de 2022, com o registro de 33,3% do total das candidaturas nos pleitos federal, estadual e distrital, o que representa 9.415, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. No entanto, apesar de histórico, o total é desproporcional, já que as mulheres representam 53% do eleitorado brasileiro. 

As mulheres também são minoria na própria disputa pelo Palácio do Planalto, no qual das 12 candidaturas deferidas, somente quatro são de mulheres. São elas: Vera Lúcia (PSTU), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União) e Sofia Manzano (PCB).

Esse mesmo cenário nacional também se repete na esfera estadual. Até hoje, o Brasil só teve oito mulheres governadoras. O número deve aumentar para 11, já que três delas lideram as pesquisas nos seus estados:  Marília Arraes (Solidariedade), em Pernambuco; Fatima Bezerra (PT), no Rio Grande do Norte; e Teresa Surita (MDB), em Roraima. 

Para a analista Deysi Cioccari, ouvida pela Jovem Pan, o Brasil ainda tem muito a conquistar nessa questão. “A participação política das mulheres é um desafio na luta pela igualdade de gênero, porque o espaço político é um lugar histórico de alijamento das mulheres, como se elas não merecessem estar ali. E, no Brasil, ainda é muito difícil a permanência das mulheres nos cargos eletivos e de comando, seja no Estado, no movimento social, em um partido político (…) É campo de poder masculino. Então, para a ocupação desse espaço político se configurar efetivamente numa expressão de cidadania, é preciso muito mais do que, simplesmente, a mulher ser eleita. Ela tem que chegar no espaço de poder e desenvolver ações para romper com determinações pré-fixadas masculinas com as práticas de poder constituídos. Precisar uma forma de agir para ultrapassar o que está estabelecido. Por isso que, muitas vezes, as pautas femininas ficam em segundo plano, porque, primeiro, elas têm que, efetivamente, tomar o espaço de poder. Não basta só chegar lá”, comenta Cioccari.

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