"O Brasil deve estar fora de qualquer tributação", afirma Alckmin sobre 'tarifaço' de Trump
Vice-presidente afirmou que vai aguardar até o próximo dia 2, quando Trump deve anunciar quais produtos e países serão taxados

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou, na manhã desta sexta-feira (28), que o Brasil "deveria ficar fora" das taxações aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo ele, o país não deveria ser incluído no pacote de tarifas devido à sua parceria de 200 anos com os EUA.
A declaração foi realizada durante uma inauguração em Jaguariúna, São Paulo. Alckmin, que atua como presidente em exercício, devido a uma viagem do presidente Lula (PT) à Ásia, afirmou que irá aguardar até a próxima quarta-feira (2), quando Trump deve anunciar efetivamente quais produtos e países serão alvos das tarifas.
"O Brasil tem 200 anos de parceria com os Estados Unidos. Tem quase 4 mil empresas americanas no Brasil. Nos parece um equívoco o que foi feito. (...) Nós tivemos uma conversa com o responsável pelo comércio exterior e com o embaixador, colocamos nossa posição e pedimos um diálogo. Vamos aguardar o dia 2 de abril. Entendo que o Brasil deve estar fora de qualquer tributação, porque os Estados Unidos têm um grande superávit com o Brasil", revelou o vice-presidente.
Alckmin já havia classificado a decisão de Trump como "equivocada". No último dia 13, o vice-presidente afirmou que a reação do Brasil à medida não deve ser uma retaliação "olho por olho".
"O caminho não é olho por olho. O caminho é pelo ganha ganha. Reciprocidade de buscar o diálogo, é isso que nós vamos fazer", declarou, na ocasião.
Já o presidente Lula, durante uma visita ao Japão, afirmou que irá taxar produtos americanos caso o recurso do Brasil à Organização Mundial do Comércio (OMC) não seja eficiente.
"No caso do Brasil, nós vamos recorrer à OMC [Organização Mundial do Comércio] e, se não tiver resultado, a gente vai utilizar os instrumentos que nós temos que é a reciprocidade e taxar os produtos americanos. É isso que nós vamos fazer. Espero que o Japão faça o mesmo. Espero que o Japão possa recorrer à OMC, mas é uma decisão soberana do governo japonês em que eu não posso dar palpite", declarou Lula.