O mito: glória e horror
Confira a coluna da semana de Marcelo Cordeiro
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Há muito tempo atrás, o etnólogo Roger Bastide, em Mythes et Utopies, advertia “que a maioria dos etnólogos está atualmente de acordo em considerar os mitos como resposta a fenômenos de desequilíbrios sociais, a tensões no interior das estruturas sociais, como telas sobre as quais o grupo projeta suas angústias coletivas, seus desequilíbrios do ser”.
Esta verdade insofismável denuncia que não há razão para o desespero de Lula – o presidente “eleito” do Brasil – de carpir de dor o fato de Bolsonaro ser considerado um “mito”. Os dois são mitos, chifres da mesma cabra. Um, o primeiro, produziu a sua mitologia política prometendo a idade do ouro para todos, a revolução redentora, o mito democrático ou os tempos vindouros de uma era maléfica, o fundo obscuro do seu discurso mitológico. O segundo, enredado nas malhas da tentativa de assassinato, da orquestra desidiosa da velha imprensa, e na mortalha oficial da justiça viu escapar entre os dedos o mito que representava, o de eliminar as estruturas ultrapassadas do sistema político em voga.
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