Oferta de energia tem que crescer mais do que a hidrelétrica de Itaipu, diz ONS
Medida pode evitar um apagão no Brasil entre outubro e novembro
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Nota técnica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta para um cenário de "degradação" no nível de armazenamento dos reservatórios e afirma que, sem a incorporação de "recursos adicionais", haverá um apagão em outubro e novembro deste ano. Isso significa que o consumo de energia tende a ser maior que a oferta se não houver novas unidades de geração de energia.
A ONS afirma que é necessário aumentar a oferta de energia em GWmed para garantir o suprimento de eletricidade a partir de setembro de 2021. Isto é, conforme a nota, tomar medidas para garantir um adicional de cerca de 7% de energia.
O percentual é maior do que a hidrelétrica de Itaipu tem gerado todos os dias (pouco mais de 4GW).
A nota do ONS atualiza as condições de atendimento do Sistema Interligado Nacional (SIN) até novembro de 2021. O governo tem intensificado as medidas para conter a crise hídrica por conta do piora do cenário. Os meses de julho e agosto foram os piores períodos para o setor elétrico na História, segundo os dados do ONS.
O ONS afirma que, no primeiro cenário hipotético, haverá déficits de 3.824 MWmed no mês de outubro e de 3.746 MWmed no mês de novembro. O segundo cenário do ONS, chamado de “Caso B”, é o que afirma a necessidade de 5,5 GWmed de energia a partir de setembro.
“A oferta adicional incorporada no Caso B além de resultado em ganhos de armazenamento, elimina os déficits de energia do Caso A. Desta forma, para assegurar o atendimento energético é imprescindível o aumento da oferta em cerca de 5,5 GWmed a partir de setembro/novembro de 2021", diz a nota. “Para o Caso B, o atendimento energético somente é viabilizado a partir da incorporação de recursos adicionais”, acrescenta.
“É imprescindível para o atendimento energético assegurar o aumento da oferta em cerca de 5,5 GWmed a partir de setembro”, diz o ONS.
O ONS recomenda a adoção de “medidas que induzam à redução do consumo” de clientes voluntários residenciais e pequenos comércios, que são atendidos pelas distribuidoras de energia elétrica. O programa não é obrigatório. Quem aderir, ganhará descontos nas contas de luz.