OMS aposta em novas diretrizes para acelerar combate à anemia
Doença afeta 571 milhões de mulheres e 269 milhões de crianças
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A Organização Mundial da Saúde (OMS), está travando uma luta contra a anemia. Com novas diretrizes, a agência quer confrontar o que chama de grave problema de saúde pública em nível global.
Segundo a OMS, os avanços são lentos e, no ritmo atual, não haverá como alcançar as metas globais para conter a doença, que afeta 571 milhões de mulheres e 269 milhões de crianças.
Grandes proporções
Leo Nederveen, assessor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), para Alimentação, Nutrição e Atividade Física nas Escolas, ressalta que o mundo está diante de um problema de grandes proporções que sinaliza o estágio geral da saúde da população.
“A OMS estima que no mundo 42% de crianças menores de cinco anos e 40% das gestantes sejam anêmicas. Nas Américas, são 16% das crianças menores de cinco anos e 19% das gestantes nessa situação", disse o especialista em entrevista à ONU News.
A meta da OMS é eliminar pela metade a prevalência da anemia em mulheres em idade reprodutiva até 2025. A agência foi alarmada pela alta incidência entre crianças de idade mais baixa e mulheres gestantes. E espera acelerar a redução de casos com as novas diretrizes.
Para Leo Nederveen, a realidade brasileira é uma referência na forma como se enfrenta a questão.
“A anemia é menos do que no resto do mundo, mas sempre há ações que podem ser mais efetivas. Por exemplo, se a doença for por deficiência de ferro, a forma mais comum de lidar com é por meio de mudanças na dieta. O Brasil tem diretrizes pela educação nutricional baseadas nos alimentos e na alimentação saudáveis. Mas há outras formas de anemia que requerem um tratamento que podem ser menos acessíveis", explicou.
Pacientes com anemia têm maior risco de infecções e morte, danos no desempenho cognitivo e fadiga extrema. Em gestantes, os resultados dos exames apresentam deficiências, além de problemas de crescimento e desenvolvimento