OMS garante tratamento do HIV na Ucrânia ao menos por um ano
Um carregamento de antirretrovirais foi enviado ao país
Foto: Unicef/ Frank Dejongh
Diante de relatos de interrupção do tratamento para o HIV na Ucrânia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) enviou o primeiro lote de medicamentos antirretrovirais para atender a população do país durante os próximos 12 meses. O carregamento está entrando no país pela fronteira com a Polônia e deve ser distribuído em postos de saúde.
A ONU foi informada da suspensão do tratamento por causa da guerra. Para contornar a situação, a ação conta com o apoio do Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para Alívio da AIDS (PEPFAR), além de autoridades e parceiros ucranianos.
Para o diretor regional da OMS na Europa, Hans Kluge, a guerra tem o potencial de minar o progresso conquistado nos últimos anos em várias questões de saúde, incluindo o HIV. A meta é evitar esse cenário, quando o país já estava conseguindo vencer etapas na luta contra a doença. A iniciativa inclui a entrega de antirretrovirais, diagnóstico e tratamento.
Em 2020, a Ucrânia registrou a segunda maior taxa de novas infecções na Europa, ou 15% de todos os soropositivos da região. Mais da metade das infecções foi por via heterossexual e 38% pelo uso de drogas injetáveis. A estimativa é que 260 mil pessoas tenham HIV na Ucrânia. Mais da metade, ou cerca de 150 mil pacientes, recebiam o tratamento antirretroviral. Entre eles, 2,7 mil crianças. A interrupção do tratamento pode gerar complicações, incluindo resistência aos medicamentos.