Brasil

ONG de direitos humanos publica Relatório Mundial 2020

Documento diz que Jair Bolsonaro promoveu agenda contra os direitos humanos

Por Da Redação
Ás

ONG de direitos humanos publica Relatório Mundial 2020

Foto: Reprodução / Agência Brasil

O Relatório Mundial 2020 da Human Rights Watch divulgado nesta quarta-feira (15), analisa a situação de mais de 100 países na área de direitos humanos. O documento anual, que está na 30ª edição, analisa como estão protegidos os direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma e religião com base em eventos ocorridos em 2018 e 2019. Entre as mais de 650 páginas, o relatório traz nove delas com análises sobre diversos dados relacionados ao Brasil em questões como segurança pública e meio ambiente.

Sobre segurança pública, o relatório mostra que, em 2018, o número de mortes violentas caiu 18%. A organização não governamental (ONG) diz ainda que "os abusos policiais dificultam o combate à criminalidade porque desencorajam as comunidades a denunciarem crimes ou a cooperarem com as investigações". O texto destaca ainda que, também em 2018, 343 policiais foram mortos, dois terços deles fora de serviço. Outro dado citado, esse do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, é que que as mortes cometidas pela polícia aumentaram 20% em 2018.

O documento cobra ações do governo federal e diz que o presidente Jair Bolsonaro, em seu primeiro ano de mandato, teria promovido uma agenda contra os direitos humanos, “adotando políticas que colocariam populações vulneráveis em risco”, no que teria sido limitado pela atuação dos tribunais e do Congresso Nacional.

O relatório afirma que redes criminosas de extração ilegal de madeira na Amazônia continuam ameaçando comunidades locais e indígenas. De acordo com a ONG, de janeiro a outubro, o desmatamento na Amazônia aumentou mais de 80% em comparação com o mesmo período de 2018. Ainda segundo a organização, as políticas ambientais do governo federal "deram luz verde às redes criminosas que praticam atividades ilegais de exploração madeireira na Amazônia e usaram de intimidação e violência contra pessoas, residentes locais e agentes ambientais que tentam defender a floresta tropical”.

China 
De acordo com a Human Rights Watch, a elevação da China ao posto de potência mundial prejudica a manutenção dos direitos humanos fundamentais no país e no mundo. “Pequim reprime críticas dentro do país há muito tempo. Agora, o governo chinês está tentando estender essa censura para o resto do mundo. Décadas de progresso atualmente estão sob ameaça. Para proteger o futuro de todos, os governos devem agir em conjunto para resistir aos ataques ao sistema internacional de direitos humanos”, diz a organização no relatório.

Segundo o diretor executivo da organização, Kenneth Roth, há uma crescente ameaça ao sistema global de proteção humana. O relatório destaca a atuação do governo chinês e do presidente Xi Jinping que teria aprofundado a repressão no país. “Os líderes da China encaram os direitos humanos como uma ameaça existencial. Como resultado, as autoridades chinesas procuram censurar as críticas à China no exterior, além de não seguir com os compromissos globais assumidos e enfraquecer os mecanismos de proteção aos direitos globais”, destaca o documento.

O relatório destaca supostas violações de direitos humanos em cada um dos países analisados e verifica como atores importantes, entre eles a Organização das Nações Unidas (ONU), estão atuando nessas localidades.

Ainda segundo o documento, existem no mundo governantes populistas que assumiram os cargos “demonizando minorias”. O relatório diz ainda que líderes como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o presidente brasileiro Jair Bolsonaro reprimem as leis internacionais de direitos humanos da mesma forma que a China e atacam governantes que valorizam essa legislação.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:[email protected]

Faça seu comentário