ONU adverte que cerco a Faixa de Gaza é proibido pelo direito humanitário internacional

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, alertou nesta terça-feira (10), que a imposição de um cerco total à Faixa de Gaza, anunciada pelo ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, é considerada uma violação do direito humanitário internacional. O comunicado emitido destaca que tal ação, que priva os civis de necessidades essenciais à sua sobrevivência, é proibida pelas leis internacionais.

A medida de bloqueio, que envolve a interrupção de eletricidade, fornecimento de alimentos, água e gás, é uma resposta à ofensiva sem precedentes do grupo islâmico palestino Hamas. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou pela criação de um corredor humanitário em Gaza para assegurar a entrega de suprimentos médicos vitais à população civil. Com dezenas de milhares de soldados israelenses deslocados para a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007 e com uma população de 2,3 milhões de habitantes, mais de 123 mil pessoas foram forçadas a abandonar suas residências, conforme o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.

Enquanto o Exército israelense reivindica controle sobre partes do sul da região, onde houve infiltração do Hamas, ressalta que ainda pode haver presença de terroristas na área. O conflito já resultou em mais de 700 mortes e 2.150 feridos entre os israelenses, e 436 mortes do lado palestino, segundo as últimas estimativas das autoridades locais.