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ONU alerta sobre definhamento infantil na Faixa de Gaza

Programa Mundial de Alimentos revela que é “quase impossível” que agências humanitárias atendam às crescentes necessidades

Por Da Redação
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ONU alerta sobre definhamento infantil na Faixa de Gaza

Foto: Unrwa

O Programa Mundial de Alimentos (PMA), revelou na última quinta-feira (20), a grande preocupação com desalojados que continuam traumatizados e aglomerados em uma área estreita do sul, ao longo da praia, expostos ao “calor escaldante do verão” 

A falta de bens essenciais na Faixa de Gaza deixa as pessoas mais vulneráveis na luta para sobreviver em meio ao calor extremo, combates intensos, expansão de doenças e ausência da lei e ordem, alertam os funcionários humanitários. 

Crescente necessidades 

O vice-diretor executivo da agência da ONU, Carl Skau, revelou que os “conflitos ativos e a ilegalidade” tornam “ quase impossível” que as agências e seus parceiros atendam às crescentes necessidades. 

O Escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária, Ocha, entre as realidades alarmantes estão incluídas a falta de leite e fórmulas para bebês, juntamente com suplementos nutricionais para crianças e mulheres grávidas e lactantes. 

Na quarta-feira (19), um relatório enfatizou que apesar dos sinais visíveis de definhamento de definhamento entre as crianças “não houve nenhuma triagem nutricional para avaliar a escala da desnutrição e tratar os casos identificados”. O grande problema é a capacidade limitada para prestar o serviço na área. 

Os pontos de observação médica operam “apenas algumas horas por dia”, sem suprimentos adequados de medicamentos e “relatos de partos de emergência” realizados em tendas sem apoio médico em altas horas. O escritório ainda destaca que o atendimento pré e pós-natal não está disponível em alguns locais de deslocamento. 

Abrigos improvisados e tendas superlotadas 

Estimativas da Agência da ONU para Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, revelam que 65 mil pessoas permanecem em Rafah, no sul, “ as pessoas continuam sendo deslocadas em meio a combates ativos e bombardeios” .

A província do sul chegou a ter 1,4 milhões de habitantes antes das ordens de evacuação israelenses e operações militares que atrasaram o trabalho de assistência humanitária, isso ocorreu há seis semanas. 

Os habitantes dos locais de deslocamento vivem em tendas superlotadas, em abrigos improvisados que precisam urgentemente de reparos e não oferecem nenhuma proteção contra o calor extremo. 

Em locais como Deir al Balah, Khan Younis e Al Mawasi vive uma população total de mais de 130 mil pessoas. Pela primeira vez desde o início de junho, o Ocha conseguiu que cinco caminhões de combustível tivessem acesso a Gaza. No entanto, a falta de suprimentos continua, “já que nenhum combustível foi entregue na Faixa nas últimas duas semanas”.

Quebra da lei e da ordem

Carl Skau, que visitou na semana passada esteve em Gaza e considera  a situação “um desastre de saúde pública e proteção “. Ainda afirmo que 1 milhão de deslocados continuam “ presos, sem água limpa ou saneamento”   

Apesar da melhora do auxílio em algumas áreas, as pessoas precisam de vários alimentos mais nutritivos. 

Há cada vez maiores dificuldades de entrega de ajuda essencial e os funcionários “passam de cinco a oito horas esperando em postos de controle todos os dias”, onde “mísseis atingiram as instalações, apesar de estarem agora menos afetadas pelo conflito.” Skau destacou ainda que a quebra da lei e da ordem se traduz em “saques e na violência em meio a um grande vazio de segurança”. 

Falta acesso humanitário no sul de Gaza

O representante relatou cenas de “destruição em larga escala e rios de esgoto”, além de “pessoas traumatizadas e exaustas… do sul ao extremo norte da Faixa”.

Algumas incursões terrestres e combates pesados ​​continuam a acontecer em locais como Beit Hanoun, ao sul da cidade de Gaza, leste de Deir al Balah, nordeste de Khan Younis, bem como no centro e sul de Rafah.

As avaliações da ONU destacam a falta de acesso no sul de Gaza em necessidades como abrigo, saúde, alimentos frescos, água e saneamento num cenário de destruição de mais da metade das terras agrícolas da área.

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