Defesa Civil do Amazonas prevê antecipação do período de seca no estado
Autoridades estimam que a estiagem pode ser mais severa que seca histórica de 2023
Foto: Defesa Civil
O secretário da Defesa Civil do Amazonas, coronel Francisco Máximo, afirmou nesta quinta-feira (20) que, neste ano de 2024, o período de estalagem no estado deve ser adiantado em 30 dias e os impactos sentidos já em julho.
É estimado que 150 mil famílias sejam afetadas, segundo o governo. De acordo com o coronel, foi observada na bacia do Solimões uma desaceleração nos níveis de água entre fevereiro e abril. No município de Tabatinga, houve uma redução de 37 cm em abril, indicando que a vazante na Amazônia peruana e brasileira se antecipou, o que deverá afetar significativamente as bacias do médio e baixo Solimões.
Abastecimento de água potável, insumos e medicamentos para a saúde, produção rural, logística para a manutenção do funcionamento da rede estadual de educação e ajuda humanitária são os principais focos do cronograma de atividades. O governo diz ter trabalhado em um plano de ação para enfrentamentos os impactos da seca.
Na quarta-feira (19), o governo federal assinou a publicação de editais para contratação das dragagens de trechos dos rios Amazonas e Solimões. Serão investidos R$ 505 milhões em obras para recuperar a capacidade de navegação dos rios, essencial no transporte de pessoas e no escoamento de mercadorias.
O edital prevê a contratação das dragagens em quatro trechos: Manaus-Itacoatiara; Coari-Codajás; Benjamin Constant-Tabatinga; Benjamin Constant-São Paulo de Olivença. O trabalho consiste em remover sedimentos e resíduos decantados no fundo, que reduzem sua profundidade e prejudicam a navegabilidade.
Durante a assinatura do edital, o governador Wilson Lima (União Brasil) anunciou que em julho o governo irá decretar estado de emergência em três calhas: Solimões, Juruá e Purus. O objetivo, segundo ele, é iniciar as tratativas com ministérios e outros órgãos do governo federal para iniciar ações de ajuda às famílias afetadas.
A Defesa Civil do estado também tem realizado reuniões com setores como indústria e comércio, poderes públicos, empresas de telecomunicações e concessionárias de água e energia para fornecer informações e coordenar ações de prevenção diante da possibilidade de outra severa estiagem em 2024.