ONU confirma que número de pessoas em deslocamento forçado bateu recorde em 2019
Número foi equivalente a 1% da população mundial
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O número de pessoas no mundo em deslocamento forçado, em decorrência de guerras, conflitos e perseguições, alcançou um patamar elevado no final de 2019. Ao todo, foram 79,5 milhões ou aproximadamente 1% da população mundial. Em 2010, o número era de 41 milhões. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (18), constam no relatório Tendências Globais, da Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
Segundo o documento, das 79,5 milhões de pessoas deslocadas de maneira forçada, 45,7 milhões tiveram que fugir para regiões dentro dos próprios países, 29,6 milhões estavam reconhecidas como refugiadas fora do país de origem e 4,2 milhões aguardavam o resultado de solicitações de reconhecimento da condição de refúgio. De acordo com a Acnur, o número de crianças deslocadas é de 30 a 34 milhões, o equivalente à populações da Austrália, Dinamarca e Mongólia juntas.
Segundo a agência da ONU, o elevado crescimento no número de deslocados (de 41 milhões em 2010 para 79,5 no final de 2019, um aumento de 93,9%) está ligado principalmente aos deslocamentos que aconteceram em 2019, em particular, na República Democrática do Congo, na região do Sahel, no Iêmen e na Síria, que entrou no décimo ano de conflito, e soma, sozinha, 13,2 milhões de pessoas refugiadas, pedintes da condição de refugiado ou pessoas deslocadas internamente, somando um sexto dos deslocados no mundo.
Segundo a agência da ONU, 80% das pessoas deslocadas de maneira forçada no mundo estão localizadas em países ou territórios afetados por alta insegurança alimentar e desnutrição. Mais de três quartos dos refugiados do mundo (77%) estão em situação de deslocamento de longo prazo como, por exemplo, no Afeganistão, na quinta década de conflito. A Acnur também destacou que aproximadamente 85% dos refugiados estão em países em desenvolvimento, geralmente em um país vizinho ao de onde fugiram.
O relatório ainda indica que cinco países somam dois terços das pessoas deslocadas forçadamente, além das fronteiras nacionais: Síria, Venezuela, Afeganistão, Sudão do Sul e Mianmar.