ONU denuncia crescente envolvimento militar em assuntos públicos no Brasil
Michelle Bachelet citou outros 30 países com graves situações de direitos humanos
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A alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, alertou para o crescente envolvimento militar nos assuntos públicos no Brasil. Durante um discurso em Genebra, nesta segunda-feira (14), a chinela denunciou os ataques contra ativistas e jornalistas no país, além do desmonte de mecanismos de participação da sociedade civil da formulação de políticas públicas.
Além de citar o Brasil, Bachelet listou outros 30 países com graves situações de direitos humanos. Ela atacou abusos na Venezuela, China, Arábia Saudita, Mianmar, Síria, Belarus, Líbano, Estados Unidos, Polônia e outros locais.
"No Brasil, estamos recebendo relatos de violência rural e despejos de comunidades sem terra, bem como ataques a defensores dos direitos humanos e jornalistas, com pelo menos 10 assassinatos de defensores dos direitos humanos confirmados este ano", denunciou a ex-presidente do Chile.
"Apelo a todos os governos para que se abstenham de desacreditar os defensores dos direitos humanos e os jornalistas, colocando-os em maior risco de ataques. Encorajo investigações decisivas e processos judiciais contra os perpetradores", destacou.
Ela ainda criticou o desmonte promovido pelo governo brasileiro em relação aos órgãos de participação da sociedade civil. "A contínua erosão dos órgãos independentes de consulta e participação das comunidades também é preocupante. Peço às autoridades que tomem medidas fortes para garantir que todas as decisões sejam fundamentadas nas contribuições e necessidades de todas as pessoas no Brasil", apelou.