Operação da Polícia Civil revela golpe que burlava sistema da Uber e criava corridas falsas
Criminosos criavam contas e corridas falsas com o auxílio de Inteligência Artificial. Esquema ilegal deixou um prejuízo de R$ 115 mil à Uber

Foto: Divulgação
A Operação Rota Falsa, deflagrada pela Delegacia de Defraudações (DDEF) nesta quarta-feira (13), revelou uma organização criminosa que criava contas falsas de usuários e motoristas parceiros para simular corridas e inflar o valor final de maneira artificial. Os agentes cumpriram cinco mandados de busca e apreensão e conduziram duas pessoas para a delegacia para prestar depoimento. O prejuízo estimado à Uber é de cerca de R$ 115 mil.
Segundo a Polícia Civil, o golpe iniciava com corridas curtas, na cidade do Rio de Janeiro. O valor das corridas era baixo, cerca de R$ 10, pago via Pix. Durante o trajeto, os criminosos mudavam o destino para lugares como Búzios ou Cabo Frio, na região dos Lagos, o que fazia o preço ir para R$ 700 ou R$ 800. No final da corrida, o falso passageiro não pagava o valor adicional e a plataforma era a responsável por passar a quantia integral ao motorista.
De acordo com as investigações, para manter o esquema, os criminosos chegaram a criar mais de 480 contas falsas, burlando bloqueios e verificações do aplicativo. Um dos suspeitos movimentou mais de R$ 730 mil em quatro meses.
As investigações descobriram que muitas corridas nem chegavam a ser realizadas. Os criminosos utilizavam uma técnica que envia sinais falsos de localização para simular o transporte.
Em nota à CNN, a Uber disse ter detectado as atividades suspeitas através de seus sistemas antifraude e denunciado o caso às autoridades. A empresa pontuou que utiliza análises manuais e inteligência de máquina capaz de identificar mais de 600 tipos de sinais de comportamento fraudulento. A plataforma afirmou estar colaborando com as investigações.