Operação Dakovo: comprador de armas é condenado a mais de seis anos de prisão

Um homem acusado de comprar armas no Paraguai para abastecer facções criminosas no Brasil foi condenado a seis anos e nove meses de prisão em regime fechado pela Justiça Federal. Ele também terá de pagar 202 dias de multa e R$ 50 mil por danos morais coletivos, destinados ao Fundo Nacional de Segurança Pública. A prisão preventiva do réu foi mantida.

A sentença considera que o acusado integrava o núcleo responsável pelas compras de armamento do esquema investigado na Operação Dakovo. Bens e valores bloqueados durante a apuração serão incorporados à União.

O Ministério Público Federal (MPF) recorreu da decisão, pedindo aumento da pena. Segundo o órgão, a punição não é proporcional à gravidade do crime, que envolvia tráfico internacional de armas para abastecer facções como PCC e Comando Vermelho.

A Operação Dakovo começou em 2020, após a apreensão de fuzis de origem croata em Vitória da Conquista (BA). As investigações mostraram uma rede que importava armas da Europa e da Turquia para o Paraguai, de onde eram vendidas ilegalmente ao Brasil. Os criminosos usavam empresas de fachada, simulavam vendas e corrompiam autoridades paraguaias.

Até agora, 28 pessoas foram denunciadas pelo MPF por tráfico internacional de armas, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. A condenação atual é uma das primeiras envolvendo o núcleo de compras do esquema, que é apontado como peça-chave na logística do tráfico.