Operação do Brasil realizada no Haiti consegue resgatar 7 brasileiros e 1 alemã com helicóptero; país vive crise de violência
Outros 59 brasileiros identificados pela embaixada em Porto Príncipe decidiram permanecer no país ou optaram por sair por meios próprios
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O governo do Brasil comunicou na última quarta-feira (10) que retirou sete brasileiros e uma alemã que estavam no Haiti. De acordo com o texto publicado pelo Ministério das Relações Exteriores, foi necessário fazer isso porque o aeroporto de Porto Príncipe está fechado e há um "agravamento da situação de segurança".
Para realizar a retirada das oitos pessoas, o governo do Brasil organizou dois voos de helicóptero até a cidade de Jimaní, que fica perto da fronteira com a República Dominicana. Ao chegar no ponto de encontro as pessoas foram recebidas por funcionários da embaixada do Brasil e levadas até a capital, São Domingos.
Na operação de resgate foi incluída uma cidadã alemã idosa, por razões humanitárias. Segundo o texto do Itamaraty, isso ocorreu "a pedido e às custas do governo alemão".
Já outros 59 brasileiros identificados pela embaixada em Porto Príncipe "decidiram permanecer no país ou optaram por sair por meios próprios", afirma a nota.
A crise no Haiti
O Haiti está sem governo e enfrenta uma bruta onda de violência das gangues. Esses grupos, controlam mais de 80% da capital, agravou a crise humanitária no Haiti, onde há escassez de comida, medicamentos e outros produtos básicos.
O país sofre há anos com a instabilidade política e a insegurança, além do Haiti não realizar eleições desde 2016. A situação piorou no final de fevereiro deste ano, quando várias gangues se aliaram para atacar delegacias, prisões, sedes do governo e o aeroporto.
Ariel Henry, o último primeiro-ministro haitiano, que renunciou em 11 de março. Ele havia viajado ao Quênia, mas, devido à insegurança na capital Porto Príncipe, não pôde retornar a seu país.
Um novo governo
Lideres políticos do Haiti se reuniram na última segunda-feira (8) para planejar um acordo politico para formar um conselho presidencial de transição por 22 meses, e esperam agora ser investidos pelo Poder Executivo para poder restaurar a ordem no país.
O novo conselho terá nove membros (sete com direito a voto e dois observadores) e será integrado por representantes dos principais partidos do país, assim como do setor privado e da sociedade civil. O mandato está previsto para terminar em 7 de fevereiro de 2026, segundo o documento do acordo.
Nenhum dos membros do conselho ou do governo poderá se candidatar nessas eleições.
O primeiro trabalho do conselho será justamente eleger um novo primeiro-ministro que, em colaboração com o conselho, designará o governo encarregado de conduzir o país para "eleições democráticas, livres e críveis", conforme diz o acordo.