Operação 'London Bridge': confira o que acontece no Reino Unido após a morte da rainha Elizabeth II
Há um protocolo que deve ser seguido para os 10 próximos dias
Foto: Un Photo
Após a confirmação da morte da Rainha Elizabeth II, do Reino Unido, nesta quinta-feira (8), é posto em prática um plano cuidadosamente detalhado durante anos para a realização de seu funeral. O roteiro, conhecido como "London Bridge" (Ponte de Londres), detalha ações a serem tomadas em minutos, horas e dias após o falecimento.
O jornal “The Guardian” publicou, em 2007, alguns trechos —provavelmente houve mudanças, porque esse plano foi revisto duas a três vezes por ano por funcionários do governo e do palácio, pela polícia, pelo exército e pelas emissoras de TV.
De acordo com o que se sabe desse roteiro, o que ocorrerá será o seguinte: inicialmente, o primeiro-ministro será alertado com a seguinte frase: “a Ponte de Londres está inoperante”, o que significa que a rainha morreu; logo após, será colocado um aviso nos portões da residência oficial da monarca, o Palácio de Buckingham, e logo em seguida o mesmo texto será publicado no site da família real e nas contas de redes sociais.
No plano, a data da morte representa o "Dia D", os seguintes são D+1, D+2, e assim por diante. Confira:
Dia D
O roteiro indica que o Centro de Resposta Global (FCDO) enviará a notícia para os 15 governos fora do Reino Unido onde a rainha é Chefe de Estado, e para os outros 38 países da Commonwealth, onde ela é respeitada.
Além disso, os ministros são imediatamente informados por e-mail do falecimento da rainha. Após isso, as bandeiras em Whitehall são abaixadas a meio mastro (em 10 minutos a partir do momento do anúncio).
Logo após, a primeira-ministra Liz Truss fará pronunciamento oficial e programará evento com o novo Rei.
Dia D+1
O Conselho de Adesão deve se reunir com Charles para proclamá-lo rei; todos os trabalhos parlamentares serão suspensos por 10 dias; reunião entre a primeira-ministra, governo e o novo rei.
Dia D+2
O caixão da rainha retornará ao Palácio de Buckingham pelo trem real ou de avião.
Dia D+3
O rei Charles receberá a moção de condolências no Westminster Hall;
em seguida, embarcará numa viagem de luto pelo Reino Unido, começando pela Escócia. Ele receberá uma moção de condolências no Parlamento escocês e participará de um serviço na Catedral de St Giles, em Edimburgo.
Dia D+4
Charles chegará à Irlanda do Norte, onde receberá outra moção de condolências no Castelo de Hillsborough e participará de um serviço na Catedral de St Anne em Belfast;
haverá um ensaio para o transporte do caixão entre o Palácio de Buckingham e o Palácio de Westminster.
Dia D+5
O caixão da rainha será transferido do Palácio de Buckingham para o Palácio de Westminster através de uma rota cerimonial por Londres. Quando chegar, haverá um serviço memorial no Westminster Hall.
Dia D+6
O corpo da rainha ficará no Palácio de Westminster por 3 dias recebendo visitas. Os ingressos começarão a ser comercializados;
será realizado um ensaio para o cortejo do funeral de Estado.
Dia D+7
Charles viajará para o País de Gales, para receber uma moção do Parlamento galês e assistir a um serviço na Catedral de Liandaff em Cardiff.
Dia D+8 e +9
Milhares de pessoas devem prestar suas homenagens à monarca mais longeva da história do Reino Unido.
Dia D+10
Este dia será proclamado Dia de Luto Nacional; funeral de Estado será realizado na Abadia de Westminster; haverá 2 minutos de silêncio ao meio-dia em todo o país; serão 2 procissões, em Londres e Windsor; a Rainha será sepultada no Castelo de Windsor, na Capela Memorial do Rei George VI (ao lado de seu pai).
Após este processo, o retrato da rainha ficará pendurado com uma fita preta em todas as prefeituras por um mês (o período de luto), até de ser transferido para um “local adequado” e trocado por um retrato do novo rei.